NÃO ME CENSURE...

Nessa altura da minha vida sou uma pessoa que cultiva rosas, gosto de culinária e rabisca versos... Sou um ladrão de todas as boas coisas que se possa ter nessa vida, em que o epílogo não custa muito mais em acontecer; roubo sonhos, aventuras, desafios, prazeres, amores...

Bebo as belas palavras pronunciadas pelas mulheres que já me amaram e que um dia talvez também as amei; interfiro nos sonhos delas e neles me faço participar, manuseio seus pensamentos para que neles eu sempre esteja presente.

Eu posso ser assim, pois este é um privilégio de todos os sonhadores, poeta que sou, que sonham, devaneiam e emolduram a pessoa total, rica e completa, pela qual buscam intensamente.

Eu sou poeta ! Eu sou utópico ! Portanto, não me censure...

Rogo a você que não leve a mal se por ventura ou desventura, em alguma fase dessa minha vida, você fez parte dela; se eu invadi o seu coração nem que tenha sido momentaneamente; se te fiz sonhar, se por um momento você pensou que eu poderia te amar eternamente, se te fiz feliz, infelizmente...

Suplico, então, que você me perdoe, se algum dia, ladrão que eu sou, roubei a sua paz, o seu sossego, a sua felicidade e os levei todos de uma só vez, para caminhar comigo por caminhos que não tiveram voltas e que só deixaram cicatrizes em su'alma.

Para algumas, eu sei que consegui devolver estes sentimentos. Mas, se não devolvi os seus especificamente, me cobre, me avise, pois um dia eu os devolverei...

Wady Fadul Júnior