“DEITAR E ROLAR” É UMA DENOTAÇÃO.

”Deitar e rolar” não é absolutamente conotativo. A expressão pode parecer um tanto displicente ou leviana, pode até ser. Mas no fundo ela circunscreve-se com muito mais efeito e relevância.

Possuir a esfericidade física pode não ser tudo que o objeto ou a criatura necessitam para tornar as situações realizáveis. É imprescindível, entretanto, se adequar num formato de círculo. A conformação arredondada proporciona aos seres a capacidade de rolar, subir montanhas, despencar pelas rampas, fugir de armadilhas, desvencilhar-se de armadilhas diversas quando os membros não lhes permitirem uma mobilização suficientemente tática.

Os gatos rolam pelo telhado, os cães rolam pela grama, os ursos rolam no gelo, os búfalos rolam na terra ressequida da savana. Os jumentos rolam pelo chão poeirento do sertão etc. Os escaravelhos fazem bolotas e as conduzem pelas mais acentuadas topografias. Põem ovos e procriam deitando e rolando nos estrumes. Os astros, dotados da mais perfeita circularidade, orbitam pelo cosmo, gravitam com eficiência e produzem luz pelo firmamento.

A criatura humana nem é quadrada nem é esférica, mas se permite deitar e rolar. Ao se defrontar com situações cômodas põe-se a deitar, na mais confortável inércia. Deparando-se com complicações as faculdades mentais o levam a rolar na relva das mais diversas possibilidades. Intrincadas ou menos complexas ele tem que rolar-se até se safar delas.

A esfericidade física e intelectual deve proporcionar um “deitar e rolar” que adeqüe o homem às devidas situações.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 28/11/2013
Reeditado em 28/11/2013
Código do texto: T4590905
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