REMINISCÊNCIAS

O ano foi de 1997. Minhas reminiscências mais queridas reportam-me a primeira infância do meu filho. Amo recordar doces momentos que a vida me concedeu como as melhores oportunidades para ser feliz de verdade. Quando ele chegou, eu me surpreendi dirigindo à 40 km p/ hora onde era permitido 80 km. Ao chegarmos em casa, eu o carreguei em meus braços e aproveitando que ele estava acordado, fui apresentando à ele cada cômodo de nossa casa, como se ele estivesse entendendo tudo. E assim, na primeira semana, eu chorava de emoção ao observa-lo dormindo em seu bercinho.

Lembro-me de algumas passagens que me marcaram muito, e que levarei comigo enquanto eu viver. Uma dessas passagens foi algo bem assustador, mas graças a Deus não passou de um grande susto. Foi assim: quando ele tinha apenas oito meses de idade, fomos eu,ele, minha esposa e mais alguns parentes próximos, a uma cachoeira localizada na cidade de Cachoeira de Macacu. Era um lindo dia de sol, o calor estava de matar e cada um procurava refrescar-se à sua maneira; cerveja gelada para uns, sucos, refrigerantes para outros e mergulhos de uma pedra alta para os mais corajosos. Depois que criei coragem mergulhei algumas vezes dessa pedra e cada mergulho provocava-me um frio na barriga. Então resolvi parar com aquela adrenalina e fazer algo mais suave. Peguei meu filho e comecei a brincar com ele numa parte rasa do rio. Mas havia ali uma correnteza, não era tão forte, mas, era o suficiente para nos carregar aos poucos enquanto eu mantinha os pés na areia do fundo. E aquilo era bom, pois meu filho estava se divertindo muito. Até que, de repente, não consegui mais alcançar o fundo com os pés, me vi em águas mais profundas e sendo levado pela correnteza juntamente com meu filho. Eu tentava nadar em direção a margem usando apenas um braço enquanto segurava meu filho com o outro, mas com apenas um braço eu não conseguia vencer a correnteza. Afundei duas vezes, e nessas duas, eu consegui mante-lo na superfície, porque fiquei com o braço que o segurava erguido, enquanto eu lutava para chegar de volta a superfície e respirar. A coisa tornou-se mais dramática, quando já cansado, afundei pela terceira vez, e desta, não consegui mante-lo na superfície. Usei todas as minhas forças para voltarmos a tona, foi quando ouvi o seu choro por causa do sufoco do quase afogamento. Quase, porque nesse momento. alguém veio por cima de uma pedra que se estendia até à margem, e pegou rapidamente o meu filho e o entregou a minha esposa que gritava desesperada. Usando os dois braços consegui vencer a correnteza e sair ileso. Que Deus abençoe essa boa alma, que lembro-me de ter agradecido profundamente, mas diante do susto nem pude conhece-lo.

Esse fato não me sai do pensamento, embora eu prefiro lembrar de momentos mais agradáveis, como uma certa vez, quando ele estava com três aninhos, fomos à praia de Cabo Frio, então eu achei muito legal quando um primo dele ia correndo ao seu lado em direção a água enquanto dizia brincando: "vamos no lagão!" E ele sorria feliz.

De outra vez, quando ele já estava com seis anos, fomos em um passeio em um sítio em lumiar, Distrito de Nova Friburgo, lá foi muito divertido vê-lo caminhar de pé no chão, em contato com uma natureza exuberante. Enquanto caminhava, ele ia comendo umas goiabinhas que eu havia catado de um pé a beira da cerca. Momentos simples porém muito bons de recordar. Esses são apenas alguns dos muitos bons momentos da infância do meu filho que eu pude curtir. Valeu demais! E vale apena essas reminiscências.