A Primeira Mulher do Nunes
A Primeira Mulher do Nunes é título de crônica do sabiá das crônicas Rubem Braga. O texto é delicioso como todos os textos que Rubem Braga cozinhava ensopava ou assava em sua máquina de escrever. Na crônica sobre a primeira mulher do Nunes tudo leva a crer que ela também era deliciosa às vistas masculinas de homens do sexo masculino.
Nunes. Em minha vida conheci apenas um Nunes. Pode ser que outros conhecidos meus carregassem Nunes escondido em seus nomes completos sem que eu soubesse. O único homem que conheci que se apresentava como Nunes foi meu vizinho de bairro por mais ou menos cinco anos. Nunca nos visitamos em casa, a gente se encontrava ao acaso na rua mercados bares ou restaurantes, e foi na rua que um dia conheci a mulher do Nunes. Não sei se era a primeira ou décima mulher do Nunes. Ele apresentou como “minha mulher” sem classificação ordinal.
O sabiá Braga não escreveria crônica sobre a mulher do meu Nunes, certamente escreveria sobre o meu Nunes. Nunes era cronicável dos pés a cabeça. Tinha cara de Nunes bigode de Nunes andava e falava como Nunes. Eu acredito que certos homens só podem ter determinados nomes, nomes de pilantras, cafajestes, nomes de personagem de contos do Nelson Rodrigues. Tipo Nunes, Pereirinha, Praxedes... Recentemente lendo crônica da senhora Ysolda Cabral li um nome que certamente Nelson Rodrigues daria à personagem cafajeste; Dr Mulatinho.
Devo de salientar que o cafajeste a que me refiro não é um bandido marginal traficante ou assassino do tipo antônio marcos pimenta da neves, nada disso. O cafajeste só é cafajeste na boca das mulheres que descobrem a cafajestice do cafajeste. O cafajeste jura para suas amantes que vai abandonar a esposa para finalmente viver ao lado delas para o resto da vida, e vai jurando por três seis sete anos e elas acreditam. O cafajeste é gente boa, é divertido, bem humorado, mas qualquer mulher mais atenta logo percebe o cafajeste por trás do sorriso matreiro.
Ontem esbarrei no meu Nunes na galeria acompanhado de bolsas sacolas e sua mulher. A mesma mulher que ele me apresentou, a mesma mulher para quem o Braga não escreveria nem nano crônica. O Nunes continua com cara de Nunes, cara de safado cafajeste, a mulher do Nunes está muito pior do era quando conheci, que mulher feia.
A Primeira Mulher do Nunes é título de crônica do sabiá das crônicas Rubem Braga. O texto é delicioso como todos os textos que Rubem Braga cozinhava ensopava ou assava em sua máquina de escrever. Na crônica sobre a primeira mulher do Nunes tudo leva a crer que ela também era deliciosa às vistas masculinas de homens do sexo masculino.
Nunes. Em minha vida conheci apenas um Nunes. Pode ser que outros conhecidos meus carregassem Nunes escondido em seus nomes completos sem que eu soubesse. O único homem que conheci que se apresentava como Nunes foi meu vizinho de bairro por mais ou menos cinco anos. Nunca nos visitamos em casa, a gente se encontrava ao acaso na rua mercados bares ou restaurantes, e foi na rua que um dia conheci a mulher do Nunes. Não sei se era a primeira ou décima mulher do Nunes. Ele apresentou como “minha mulher” sem classificação ordinal.
O sabiá Braga não escreveria crônica sobre a mulher do meu Nunes, certamente escreveria sobre o meu Nunes. Nunes era cronicável dos pés a cabeça. Tinha cara de Nunes bigode de Nunes andava e falava como Nunes. Eu acredito que certos homens só podem ter determinados nomes, nomes de pilantras, cafajestes, nomes de personagem de contos do Nelson Rodrigues. Tipo Nunes, Pereirinha, Praxedes... Recentemente lendo crônica da senhora Ysolda Cabral li um nome que certamente Nelson Rodrigues daria à personagem cafajeste; Dr Mulatinho.
Devo de salientar que o cafajeste a que me refiro não é um bandido marginal traficante ou assassino do tipo antônio marcos pimenta da neves, nada disso. O cafajeste só é cafajeste na boca das mulheres que descobrem a cafajestice do cafajeste. O cafajeste jura para suas amantes que vai abandonar a esposa para finalmente viver ao lado delas para o resto da vida, e vai jurando por três seis sete anos e elas acreditam. O cafajeste é gente boa, é divertido, bem humorado, mas qualquer mulher mais atenta logo percebe o cafajeste por trás do sorriso matreiro.
Ontem esbarrei no meu Nunes na galeria acompanhado de bolsas sacolas e sua mulher. A mesma mulher que ele me apresentou, a mesma mulher para quem o Braga não escreveria nem nano crônica. O Nunes continua com cara de Nunes, cara de safado cafajeste, a mulher do Nunes está muito pior do era quando conheci, que mulher feia.