SOBRE O ADULTÉRIO

Os mais medíocres vão falar que é errado, mas pelo motivo errado. Podem até citar algum trecho da bíblia que censura tal conduta. Mas na verdade, essa pessoas censuram o adultério por censurarem a poligamia. E não o adultério por ele mesmo. Os que forem um pouco mais afundo no raciocínio, vão censurar o adultério no sentido de traição. Em suma, vão censurar a quebra de confiança. A quebra de confiança, por sua vez, está associada na mentira e/ou na omissão. Tanto o primeiro quanto o segundo, fazem um julgamento moral. Sobre os primeiros não vamos nos deter, pois o assunto seria outro, e não o adultério. Sobre os segundos, esses tem um bom argumento. Porém, algumas pessoas vão contestar. Vão dizer que a moral não existe. Vão dizer que todo mundo mente. Não terão bom senso. E quando questionados sobre isso, vão dizer que é relativo. Aquela típica frase de quem acha que sabe o que está falando: ''O que é certo pra mim, pode não ser pra você...blá...blá...blá...''

Na verdade, essas pessoas possuem uma conduta e um julgamento moral apenas no que for aprazível e útil no momento. Mas, se discutir sobre moralidade com um fanático é inútil, com este tipo de sujeito também é. Ambos estão tão distantes e ambos presos na mesma teia. Enfim. Vamos ao que interessa. Ao verificar que até agora o adultério tenha sido tratado no âmbito moral, me propus a analisá-lo de outra forma. E agora, demonstrarei não moralmente, mas tecnicamente que o adultério é errado. Na verdade, é bem simples. Pois bem, acompanhem o meu raciocínio e se eu me perder em divagações inúteis - como esta linha -, me avisem.

Tomemos o adultério pela conduta do sujeito que, estando em uma relação monogâmica, assume uma postura poligâmica. Agora, me respondam. O jogador de futebol, ao entrar em campo, usa quais regras? As regras do vôlei? Do atletismo? Evidentemente que não. Usa as regras do futebol. Pois se usar outras regras, estará errado, e saberá disso. Assim como no jogo de futebol, em um relacionamento, seja casamento ou até mesmo um namoro, existem regras. Sim, regras. E assim como no futebol não é preciso fazer juramento antes de cada jogo se comprometendo em cumprir as regras, no relacionamento à dois também não. A fidelidade está implícita em todo relacionamento. Mas isso é arbitrário? Sim. Em algum momento da história começou a se criar uma cultura assim, não importa. O que importa é a liberdade ou não de entrar em tal tipo de relacionamento. Para os que entram, mas não concordam, lembram daquela frase ''quem cala consente''?

Mas então quer dizer que eu estou censurando a poligamia? Não. O que estou falando é que só joga futebol quem quer. E se algum sujeito jogar futebol substituindo os pés pelas mãos, estará jogando outra coisa. E não é errado jogar outra coisa. Mas isso tem que ser dito. Pois entrar em um campo de futebol com outros jogadores de futebol leva todos a crer que você também jogará futebol. Dentro do âmbito do futebol está errado. Tecnicamente errado. Sem mais.

Lucas Esteves
Enviado por Lucas Esteves em 04/01/2014
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