Em Humaitá, na Amazônia, o estudante Elton Jiahui, 17 anos, não pode frequentar a escola na cidade. Corre o risco de ser morto. Ele e todos de sua família foram aconselhados pela FUNAI, orgão do governo federal, a não se aproximarem da cidade. Por que? Simplesmente porque são índios.
"O policial me disse que eu não deveria vir fazer prova. Que minha vida é mais importante do que a prova", declarou o rapaz à imprensa que publica isso e pelo que sei até agora nada foi feito para acabar com tal situação. O povo da cidade suspeita que os índios mataram três brancos da cidade que estavam invadindo sua reserva. Mas, não há nenhuma prova e mesmo que houvesse, como pode-se viver assim nessa espiral de violência.
     Parece roteiro de filme de faroeste norte-americano que retrata o Oeste americano no século XIX. Mas, nós estamos no século XXI.
     No dia seguinte ao Natal, os brancos incendiaram o posto de saúde indígena. Queimaram tudo. Mulheres e crianças índias estão dormindo em redes e cavernas dentro da mata. São duas tribos de etnias diferentes: os Jiahuí e os Tenharim. E é uma luta desigual e injusta que não leva em conta a história secular de opressões, a miséria a que os índios foram reduzidos e o que eles sofrem até hoje.
     É difícil aceitar que atualmente a situação das aldeias e dos povos indígenas esteja pior e mais deteriorada do que no passado.