Um dia diferente!!! Uma crônica inacabada!!!

Naquele dia, Demerval levantou às 6hs fez o de costume, tomou banho se arrumou e saiu para o desjejum, nos últimos 40 anos, morava sozinho e ali aprendeu o oficio da solidão. No momento estranhou a rua, as casas e todo que estava a sua volta.

Notou a ausência de certas pessoas naquela rua de chão batido, nada tão estranho como andar por ali. Demerval passou a observar como tudo estava tão devagar.

Parecia não acreditar que voltara no tempo e quando virou a esquina do tempo, viu-se ainda em tenra idade, brincando nas poças da chuva. Amigos que há anos não os via, agora estavam brincando juntos e tudo era sempre maravilhoso.

Sorriu e aproveitou cada momento, os minutos foram passando e naquele exato momento, começou a ver o tempo passando mais rapidamente, alguns de seus melhores amigos, com comportamentos estranhos e sempre distanciando do caminho bom da vida, começo ali uma reflexão.

Mesmo muitas famílias estando sempre dentro das igrejas, Deus não esta dentro do coração delas! Famílias inteiras são destroçadas pelas drogas. Naquele momento, assistiu grandes amigos se envolvendo com drogas de todos os gêneros, a tristeza abateu sua alma e começou a chorar de saudades daqueles tempos de criança que naquele momento passou como um filme, brincando e se divertindo. Mas o tempo passou, eles morreram vítimas das drogas e nada mais pode ser feito, apenas continuar vivendo.

Mas, há de se notar que muitos pais deixam os seus filhos correrem à solta, sem educá-los e não colocam limite. O que podemos esperar das crianças de hoje, sem limites e sem educação?

Demerval sentiu uma enorme dor no peito, sua visão ficou turva e nada mais enxergou, ouviu apenas lamentos, muitos pais choravam a falta de seus filhos, lamentando perde-los para as drogas. Cada lamento era mostrado um filme a cada um dos pais, a irresponsabilidade, a falta de limites e a falta de uma boa educação. E cada família se viu responsável pelos erros cometidos pelos seus filhos e notaram que as drogas deram uma válvula de escape para os problemas familiares que enfrentaram e não eram capazes de encarar.

Demerval começou a chorar e naquele momento estava novamente no seu solitário quarto, já tarde da noite. Passou por muitas emoções em poucas horas, algumas boas e outras tristes, serviu para rever certos conceitos e ter orgulho de sua maravilhosa infância. Uma lágrima teimou em escorrer pela face já queimada pelo tempo e chorou copiosamente pelos amigos que perder ao longo dos anos.

Adormeceu e levantou poucas horas depois fez o de costume, tomou banho se arrumou e saiu para o desjejum, pois nos últimos 40 anos morava sozinho e ali aprendeu o oficio da solidão.

Goianésia, 12 de janeiro de 2014.

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 12/01/2014
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