SÓ TINHA OUVIDO FALAR

SÓ TINHA OUVIDO FALAR

Muitas pessoas iam e vinham naquele pátio enorme e bem lustroso.

Uns com mochilas nas costas, outros carregando as elegantes malas de rodinhas com enrolamentos.Outros tantos com bolsas feitas de produtos petrolíferos, ou de nylon como muitos os chamam.

Havia pessoas fisicamente bonitas e pessoas menos prestigiadas neste sentido.

Mas por dentro, nem imaginar em fazer algum tipo de juízo.

Os semblantes pareciam de cidadãos e cidadãs cansados, estressados, correndo atrás de algo que somente cada cabeça poderia comentar a longitude que se estava do objetivo.

Vendedores de bugigangas gritavam para todos os lados, na busca de encontrar um freguês de plantão para vender suas águas geladas, que mantinham numa temperatura de vinte graus.

Outros, em suas lojinhas de mercadorias supérfluas para qualquer cidadão, chamavam a freguesia para mostrar seus mais novos produtos na linha eletrônica, tais como: radinhos para audição em viagens, fones quase invisíveis para colocá-los nos ouvidos, fone para celulares. Tudo com garantia até o momento das picotagens das passagens da clientela menos orientada.

Nas entradas dos banheiros, um cidadão recebendo as moedas de quem necessitaria de se ver livre dos incômodos naturais e que nessas horas são mais freqüentes.

Havia um forte alarido naquele salão, devido ao falatório dos transeuntes, que nem daria para atender o celular caso tocasse.

Em meio a tudo isso, passou um casal homossexual masculino abraçado, dois jovens recém saídos da adolescência e que procurava um local para se sentar e fazer algumas coisas que os casais de namorados normais fazem, talvez já tinha passado em outros momentos casais assim também, mas eu nunca tinha visto, só ouvido falar.

E não é que o casal referente achou o lugar que procurava e bem público. E começou a se beijar e se amassar e mais do que isso, a chamar a atenção de todos que estavam por ali.

Dois volumes se esfregando e crescendo em notório, que coisa não?

Todos olhavam de uma maneira condenável. Acredito que até os homossexuais masculinos ou femininos disfarçados que também estavam naquele recinto, sentiram-se envergonhados. Mas isso só eles poderiam dizer.

E você, se estivesse naquele local vendo a cena descrita, o que pensaria?

Eu segui o público, não sei se sou muito tradicional e moralista, ou eles muito avançados e sem moral! Só sei que havia anormalidade!

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 26/04/2007
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