Comeria... Não comeria...

Desde o começo do ano comecei a fazer uma caminhada. Pela manhã, pelo menos duas vezes por semana, caminho durante uma hora. Foi uma decisão que tomei para sair do sedentarismo. Pontualmente às 6 horas inicio a caminhada que consiste em partir andando num ritmo cadenciado pela avenida que ladeia o rio Cachoeira subindo até a ponte do São Caetano, em seguida atravesso essa ponte e retorno pelo outro lado até a ponte da Conceição para então retornar a margem inicial e voltar a subir o rio. Em geral levo em torno de 40 minutos para completar uma volta de modo que a segunda volta que faço é um pouco menor atravessando a ponte do Marabá.

Diferentemente de caminhar numa esteira, a rua nos apresenta várias oportunidades de observar a natureza e desfrutar a sua beleza, rica em detalhes muito interessantes como as aves que vivem no rio pescando e outras que vivem nas árvores saltando de galho em galho. Também consigo observar um grande número de pessoas fazendo a mesma atividade que eu. São homens, mulheres, jovens e idosos caminhando cada qual com seus objetivos, alguns conversando alegremente com seus pares, outros curtindo um som em seus fones de ouvido enquanto outros seguem silenciosamente perdidos em seus pensamentos. Vejo pessoas bem idosas caminhando vagarosamente, alguns com o rosto alegre demonstrando a alegria de estar ali com saúde, outros numa coreografia exótica demonstrando na verdade uma dificuldade no seu caminhar. Rapazes e moças numa corrida ligeira certamente para demonstrar sua juventude humilhando os mais velhos com a beleza dos seus corpos e dos seus movimentos.

Durante a minha caminhada gosto de observar os objetos do meu maior interesse: as mulheres. Com mais de seis décadas de experiência, aprendi que a vida pode nos oferecer um sem-número de prazeres; viagens, livros, músicas, comidas deliciosas são algumas das minhas favoritas, mas nenhuma se compara ao carinho de uma bela mulher. Assim durante as minhas horas de caminhada observo cada uma das mulheres que encontro. As vezes observo aquela que caminha na minha frente, o seu jeito de caminhar, sua bunda, sua cintura, seus ombros e o seus cabelos. Algumas são um incentivo para que eu apresse meus passos para assim alcançá-las e observar de passagem outros atributos que possuem. Já encontrei algumas que sendo tão lindas vistas por trás, depois de um bom esforço para alcançá-la venho descobrir que além da barriga grande tem os peitos muito pequenos ou então caídos. Que decepção. Já aquelas que caminham na minha direção, eu começo a observar de longe. Embora minhas vistas não sejam lá grande coisa, consigo discernir uma silhueta bem esculpida, assim vou desfrutando a sua aproximação observando o balançar dos quadris e dos peitos, além de naturalmente avaliar a grossura das suas coxas ou a firmeza das suas carnes.

Naturalmente nem todas possuem essas qualidades tão apreciáveis. Algumas são excessivamente gordas, outras magras em demasia. Algumas têm os peitos tão minusculos que não consigo me sentir atraído, já outras estão tão desajeitadas, tão acabadas que só consigo compará-las com a minha avó que Deus a tenha. Assim aos poucos comecei a classificá-las segundo alguns critérios: jovens, maduras, gordas, magras, peitos grandes ou pequenos, bundas idem, barrigas e coxas. Entretanto depois de uma rápida peneirada, separo-as em dois grupos: Comeria.... Não comeria.

E assim a vida segue divertida.