Sobre a humanidade e seus valores

Está tudo tão mais fácil nos dias atuais, com toda essa acessibilidade, esse poder de mandar e-mails, conversar pelo whatsapp ou por redes sociais no alcance das mãos que todos fingem ter contato com os outros o tempo inteiro. Isso mesmo, finge. Finge porque no fundo estamos mais sozinhos que nunca, o essencial perdeu-se no tempo; afinal, conversar com qualquer “amigo” que mora muito longe e que resolveu aparecer nas redes sociais ou ficar o tempo inteiro trancafiado em si mesmo ora com fones para não ser incomodado ora alimentando o ego vale muito mais do que um simples cumprimento ou sorriso ou olhar generoso para desconhecidos, para qualquer um que passa. Por mais que seja “torturante” isso de cumprimentar um desconhecido; é disso que o mundo mais precisa, precisa de alguém que mostre que é diferente, que sabe dar valor às pessoas e não às máquinas. Qualquer mínimo gesto de gentileza pode mudar o dia de alguém.

O mundo precisa de mais contato e não falo dos contatos da sua agenda telefônica. Falo do contato físico, o que está quase extinto. Aquele de olho no olho, aperto de mão, abraço apertado (e demorado, para curar todos os males), sorrisos, aperto de mão ou qualquer coisa que nos faça lembrar que somos humanos e que convivemos com humanos, não apenas com máquinas ou robôs.

Entretanto, apesar de bastante envergonhada, devo confessar que, como qualquer outro adolescente deste século, perdi minha essência, fui levada e quase afogada por esta onda de que o que importa é o que o dinheiro compra, de que só tem valor o que for mais caro. Esqueci-me do verdadeiro valor das coisas, mas acabei ficando com uma saudade enorme e ensurdecedora de mim mesma, de quem eu era antes de tudo isso. Agora percebo porque as pessoas querem ser tão complicadas e estressantes, pelo simples fato de que ainda não entenderem que o mais valioso é, na realidade, o que o dinheiro não pode pagar. Fizemos uma troca, colocamos preço em tudo, porém isso saiu do controle e algumas pessoas ficaram insaciáveis, por enquanto ninguém percebeu o quanto já foi perdido por causa disso.

Aninha Torres
Enviado por Aninha Torres em 22/01/2014
Código do texto: T4660539
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.