O vermelho do sangue

Tentando encontrar a solução, ela saiu no final da tarde para ver se achava algumas respostas. As coisas mais naturais a deixava com um brilho diferente no olhar. Sua alma gritava cada vez mais apaixonada pela vida.

Não ... As coisas programadas não a realizava. Era na simplicidade que as respostas chegavam. Digo, no céu, no pôr do sol, na chuva (onde a alma era transformada rigorosamente em um painel de constelações) e no fim do arco íris, onde ela não desejava encontrar o pote de ouro tão falado.

A vida só era boa de se viver quando ainda se tinha mistérios. Ela encontrava respostas individuais quando questionava o coletivo. O encantamento só era pleno quando havia tempo para se perder em sua "necessária solidão". As coisas palpáveis não eram suficientes. O abstrato parecia ser mais concreto do que qualquer construção civil.

Com notas musicais transbordando seu ouvido, ela sentou a beira-mar e se transportou lentamente para o seu segundo "eu". Na verdade, ela não desejava ser uma só ... Ter um pouco (do melhor) de cada a transformava em um ser único ... Insuficientemente heterogêneo.

A ebulição que o mundo a provocava, chegava ao zero absoluto. Os desejos e sonhos serviam de combustíveis para a sua (sobre)vivência. A cada milésimo de segundo, ela mergulhava mais e mais dentro de si... Até que, um pequeno pássaro a despertou. Na verdade, tudo não passou de um pequeno corte no dedo ao, distraidamente, pegar uma faca.

O pássaro, ah! O pássaro era o anúncio da manhã que se aproximava. Ela só estava com fome em mais uma noite de insônia ... E o vermelho do seu sangue a carregou no colo, feito uma criança sonhadora.

Thailana
Enviado por Thailana em 02/02/2014
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