VOTO DE CABRESTO

É público e notório a campanha de um candidato a vereador que conseguiu ser eleito por meio de uma negociata com as prostitutas locais. Em troca do voto da meretriz ele custeava o salão de beleza e outras pequenas despesas. Outro candidato, conhecido dentista, fez a permuta dos votos por dentaduras. Ambos foram eleitos e suas façanhas entraram para o folclore político local.

Em um passado nem tão remoto em épocas eleitorais via-se a figura temida dos coronéis, fazendeiros de grande poder econômico que utilizavam sua força e poder para coagir o eleitorado a votar em determinado candidato. Seus capangas usavam e abusavam da violência e tratavam de garantir que ninguém fraudaria a vontade do patrão. Esta prática recebia a alcunha de voto de cabresto.

Sabemos que todo processo evolutivo é lento e responde à moralização dos cidadãos, o voto de cabresto ainda existe, contudo, com nova plumagem. O voto de cabresto hoje se faz de maneira psicológica, atuando junto às necessidades do eleitor. O governo troca o voto dos desinformados por bolsa família, cesta básica, vale gás, vale leite, vale transporte, meio passe transporte, poupança jovem e mais promessas que visam claramente enganar o eleitor desavisado e obter o seu voto; pressuposto básico para qualificar o estelionato eleitoral.

No período eleitoral os avisos e alertas de que “se o PT perder a eleição a bolsa família será cortada” são constantes: a especialidade máxima do PT é jogar ao vento tais ameaças e assim aterrorizar a população carente e necessitada que se imagina beneficiada com a troca.

O cabresto hoje é feito de promessas vazias e evasivas, sem compromisso com a sinceridade e sem qualquer envolvimento com o bem coletivo. Um cabresto que não desfere pontapés, mas alimenta a ignorância. Um cabresto que uiva silencioso e pisoteia nas agruras humanas.

O meandro mais complexo, e que de fato consiste numa “modernização”, o Voto de Cabresto Legal. Nesse caso, o curral eleitoral deixa de ser simplesmente uma comunidade pobre, uma favela, e passa a ser todo um país, principalmente as regiões mais pobres.

A essência da Bolsa Família é ótima, nobre e necessária, todavia, foi desvirtuada e é utilizada como moeda de troca pelo governo. A distribuição da bolsa família e dos correlatos Vales, atrelam os beneficiários a obrigação de votar no PT, para assim garantir o recebimento dos benefícios. Dessa forma o atual governo se mantém no poder.

É perigoso para uma população quando se tenta sedá-las com artifícios como o citado. Quando se tenta fazer de um país supostamente moderno uma Roma antiga, no aspecto social. Quando a política do Pão e Circo se faz presente em nosso cotidiano, tudo de ruim se espera. Um povo inerte como o nosso, pobre e sem instrução, não têm muitas chances de rebelar-se, a possibilidade seria por meio do voto, e isso, concorrendo as bolsas e vales do PT, é praticamente impossível.

Uma luz brilhou no fim do túnel, quando o ministro Joaquim Barbosa começou a mandar os entulhos do PT, uma corja que compunha sua cúpula, para o “Hotel Papuda” em Brasília. Contudo, o chefe da quadrilha não foi junto com o monte de lixo. Ele escapou ileso, só se faz presente na hora de partilhar o butim; continua a manter a farsa posando de santo, mas quando se curva, a bunda aparece.

Como o ano é de eleição, o lobo já saiu do covil. O perigo continua a nos rondar.