DESORDEM E REGRESSO...

O país já há algum tempo vive uma convulsão social. A minha percepção desse momento converge a três fluxos dentro de processos de estruturação social

De um lado, o povo, a nação, “talvez pela própria cultura” ausenta-se, acomoda-se, “passa o tempo todo como plateia” e não como autores da própria historia, não filtram conhecimentos, esclarecimentos, distanciando-se dos seus próprios direitos, e na maioria das vezes desconhecendo esses direitos. De forma platônico, tola, inábil e burra deixam-se seguir, e em analogia diria “como um barco a deriva, pra onde o vento soprar ele vai” ta tudo bom sempre. O conhecimento desperta a consciência individual, daí surge o sentido harmônico coletivo de amplitude, de aptidões, discernindo direitos comuns a todos, mas fora desse contexto de algum modo é orquestrada um coro de vozes, que nada dizem, não questionam, que não tomam posse do que é seu de direito e acabam seguindo por onde mandarem ir.

Do outro lado esta o legislativo e o judiciário, que fazem do poder publico o quintal de suas casas, penduram suas cuecas e calcinhas pingando água, como lagrimas sujas fétidas. Enganam, sacaneiam, roubam, matam, e como sociopatas convencem a todos de que aquilo que foi visto de forma clara e com absoluta evidencia de crime, é “intriga da tal oposição” e depois olham para o povo e em risos, gargalhadas vilipendiam a nação pelo conformismo, pela facilidade de serem enganados e pelo estado de hibernação recorrente do povo” aquém eles reportam como sendo burros, mestiços e preguiçosos.

E, entre eles por cognição, estão os bandidos. É bandidos, o mix é grande, usando grifes compradas nos melhores endereços de Milão, Roma, Paris, Amsterdam, e outros usando marcas compradas no Brás, Bom Retiro, Oscar Freire. Mas todos eles alinhados numa mesma “meta” e identificando nas falhas “gritantes do sistema” oportunidades de empreenderem suas ações nefastas, maléficas. Aterrorizando, matando, sequestrando, roubando. Dando voz de donos da rua, do bairro, dos morros, da cidade, do estado, da nação. E o povo, a nação vai agradecendo por chegar o “carnaval, as festas de são João e o Natal” assim não precisam ser politizados, sublimam o direito de cidadão por ir atrás de um trio elétrico, de dançarem quadrilhas festivas em junho e julho e de se embriagarem com o êxtase em presentear os parentes e amigos no fim de ano, e felizes, alheios a tudo, entram num orgasmo coletivo, extremo, extasiante e duradouro. E, aquelas belas palavras que estão escritas na bandeira do Brasil “Ordem e Progresso” transforma-se, transmuta-se em “desordem e regresso”. E, por decreto a “impunidade” que ta instituída, já é uma instituição do pais, acho ate que algum presidente “que use um pouco mais de neurônios” deve criar o ministério da impunidade, por que ela é tão recorrente, tão ascendente, faz tão parte do nosso dia a dia, como educação, saúde, segurança, alimentação, lazer, assim os bandidos que estão em todo o pais e a nossa volta, e bem próximos de nós, obviamente vão se sentir mais seguros, e irão poder justificar e defender as suas atrocidades, suas barbáries, com aquela frase irrefutável: Eu sou inocente. E como conhecedores da logosofia, não, é muito pra eles, melhor dizer psicopatia eles em seus homéricos e toscos devaneios, regados a La tache safra 47, ou a uma pinga barata de alambique. Olham para a nação, para o povo, e entre risos e gargalhadas, curtem, comentam e compartilham...

JORGE BRITTO
Enviado por JORGE BRITTO em 11/02/2014
Reeditado em 11/02/2014
Código do texto: T4686537
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