Deus, e a liberdade de expressão

“Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado... para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2; 34 e 35

Interessante a forma que foi apresentado o Verbo; para ser contraditado na manifestação dos pensamentos de muitos corações. Deus, não apenas permite que cada um fale o que pensa, mesmo em face a Ele, como ainda promete abençoar ao de boa índole que, “...fala a verdade no seu coração.” Sal 15; 2

A ideia comum de poder em âmbito humano geralmente visa tolher ao contraditório, como fizeram ao longo da história muitos ditadores e fazem ainda, mormente, os “bolivarianos” da América Latina. A maior efervescência política do momento está na Venezuela, uma “democradura” que solapa a liberdade de expressão aos que pensam diverso do governo.

Nicolás Maduro vetou o trabalho de profissionais da CNN, que estariam “fomentando a guerra”. Qualquer crítica ao sujeito é tachada de fascista, e mesmo protestos pacíficos são declarados, “Golpe de fascistas”. Henrique Caprilles o líder oposicionista classificou de “auto-golpe”, ou seja, uma manobra diversionista dos “bolivarianos” para encobrir a crise, filha da incompetência gerencial.

Claro que toda liberdade se pressupõe responsável, consequente; daí, nas democracias plenas, podemos dizer livremente o que pensamos, entretanto, seremos responsabilizados por eventuais calúnias ou difamações.

Ante Deus não existe um “cinto de segurança” espiritual cujo uso, ainda que em benefício exclusivo do usuário seja obrigatório. O Eterno preceitua Sua vontade, adverte das consequências de se acatar ou ignorar à Mesma, e lega a cada um que se expresse em face a isso.

Por incrível que pareça encontramos o Senhor do Universo reclamando de palavras duras; ouçamos: “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” Mal 3; 13 a 15

Quem teria medo da verdade? A quem interessaria o cerceamento da liberdade de expressão? Ora, aquele que vê na verdade uma ameaça; pois, de alguma forma, ou, de todas as formas, está envolvido com a mentira.

E pensar que a turma da “papuda” e seus asseclas sonham ainda com o “controle social da mídia” nomezinho sem vergonha com o qual chamam a censura. Sim, seu compromisso com a mentira é tal, que mesmo as leis sonhadas precisam nomes mentirosos.

Quem conhece os Termos Divinos sabe que a Palavra de Deus, a Verdade é chamada de “Espada do Espírito”. Outrossim, que o “Pai da mentira” labora com espada adversa visando ofuscar o brilho Daquela. Paulo lembra: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 3 e 4 e fez isso com, “...conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus,...” II Cor 10; 5”

Então, se pelo “mérito” o capiroto deveria ser proibido de falar, pelo método do livre arbítrio, que, Deus tanto preza, também o mentiroso mor goza de liberdade de expressão. Claro que os oposicionistas dos déspotas devem ser piores que o diabo, ou, quiçá, eles são melhores que Deus, vá saber!

Acontece que a dona “Véritas” é de uma têmpera tal, que onde comparece destroça postulados caducos de seus opositores. Paulo sentenciou: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13; 8

Assim, esses ditadorecos de bosta arvoram-se no monopólio da verdade, que seria sempre a versão oficial; não mais que o privilégio de mentir a torto e a direito, posando de defensores do povo, ainda quando o oprimem e roubam.

Em nosso escopo temos uma “Comissão de Verdade” para investigações pretéritas e pontuais, ao gosto das “vítimas”, e uma comissão da mentira para assuntos presentes; que todo o tempo vem a público tentando negar o óbvio.

Nossa liberdade de expressão já está com febre, pois, muitos veículos relevantes omitem assuntos constrangedores ao Governo em troca de patrocínios oficiais.

Outros, quando fatos apontam em direção ao lixo de líderes que lhes convém, ao invés de lidar com os mesmos fazem seus “desagravos”. Ora, se inocentes, basta-lhes a verdade; se culpados, tal cortina de fumaça cúmplice agrava ainda mais a mentira.

No caso triste da morte de Santiago Andrade acabarão punindo aos “Amonitas” pelo crime de Davi.