O 'dolar' do Marquinho

O ano era próximo ao final da década de 60 e inicio da década de 70 e nesta época um grupo de adolescentes, que hoje já são pais e avôs, se reuniam no Jardim dos Inocentes – que na época era mesmo inocente e hoje não é mais nada disso, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, estado do Rio.

Nesta época os jovens adoravam ver quem mais errava e “encarnavam” no pobre coitado até que outro viesse com outro erro. Era uma “azaração” total e lógico que ninguém queria ser a vítima. Queria ser o pato.

O grupo era composto pelo Celso – hoje depois de aposentado terminando fisioterapia, Alexandre – pastor, Marco – irmão de Alexandre, funcionário publico e personagem de nossa história, Caco – que não sabemos o que faz hoje, Betinho, Fernando – jornalista e Tico – que deve ter virado jogador de futebol.

O mico que passo a contar começa por causa do Nove de Abril o principal cinema da cidade que abrigava a maior industria siderúrgica do país.

Naquele tempo, o cine Nove de Abril, tinha por hábito apresentar três filmes na semana. Um que era sempre o principal começava no domingo e ia até terça. Um outro que ficava em cartaz quarta e quinta e um terceiro que era apresentado sexta e sábado.

Existia, um ator chamado Giuliano Gemma, astro de filmes de mocinho e bandido de origem italiana e que fazia grande sucesso no Brasil. Seus filmes lotavam, eram seções e mais seções. Filas dobravam nas portas dos cinemas e em Volta Redonda não poderia ser diferente. E não foi mesmo.

Um belo dia estava toda a “patota” conversando quando chega o nosso pequeno/grande Marquinho e no alta de sua sabedoria flamenguista anuncia para toda a turma:

- Gente vocês não sabem o que o Nove de Abril vai apresentar neste domingo? Um filmão o “O Dolar Furado”!

A entoação do Marquinho não acentuando a palavra dólar caiu como uma bomba entre a turma e foi de uma gozação só. Outros erros vieram, eu mesmo fui vítima várias vezes, mas até hoje passado muitos anos, Marquinho, já casado com filhos, ainda tem que conviver com esta história que agora se torna publica e passa a fazer parte da história da cidade.

Fernando de Barros
Enviado por Fernando de Barros em 01/05/2007
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