Ato falho ou vexame

Em meio às atividades frenéticas que somos todos acometidos, passamos por situações corriqueiras e particulares que nos fazem parar pensar, refletir e rir muito quando nos deparamos com uma bobeira muito engraçada.

Aconteceu comigo, acredite. Estava longe de casa e dos amigos. Os amigos são aliados importantíssimos quando cometemos alguma bobagem incorrigível. Seja tentando consertar a situação ou te expondo de vez ao ridículo. Mas quando, quem ri é alguém que você conhece ou tem alguma relação, se a piada é boa, se torna melhor ainda. Pois a maximização do mico é inevitável.

Estava eu todo elegante em outra cidade fazendo um treinamento em uma grande empresa para desenvolver um projeto de responsabilidade social na ONG que trabalho. Dentro da metodologia de aprendiz de educador há várias ferramentas e habilidades que precisam ser desenvolvidas no treinamento. Estava eu lá apresentando um trabalho, mini aula, não me lembro muito bem, interagindo com os alunos. Solicitava exemplos, comentava o tema, fazia perguntas e ilustrava com fatos a fim de que todos compreendessem o conteúdo.

Depois de o “sholzinho”, veio o fiasco. Para ilustrar o estímulo motivacional que devemos suscitar nos alunos, usei um exemplo nada convencional que ouvi em uma palestra sobre educação que achei surpreendente e sugestivo.

Como o exemplo foi meio deslocado causou um estrago total em minha apresentação e me deixou com cara de tacho. Houve muito riso e constrangimento que me deixou basbacado. O conteúdo que deveria se tornar uma oportunidade de reflexão se tornou motivo de piada e chacota na sala e até o final do treinamento.

Comparei o estímulo da educação com o estímulo sexual. O órgão sexual masculino é estimulado se há algo interessante que o provoque a movimentar – se e se preparar para a ação. Assim deve ser a educação, algo surpreendente que provoca e estimula a criatividade e leva a ação e transformação. Até aí, é meio constrangedor, mas e aceitável, acredite piorou. O povo começou a rir e fui tentar consertar, afinal era uma aula interativa. Perguntei, como é que se estimula o órgão sexual masculino? Aí não prestou, houve interferência da treinadora, porque a situação ficou terrível e a aula se tornou uma algazarra e eu lá na frente com um sorrisinho amarelo querendo colocar a cabeça no meio das pernas ou sair correndo.

Para completar e colocar minha moral de educador aprendiz lá no chão, um colega sugeriu: era só dar o exemplo do estímulo do gato. Quando você passa a mão no seu cucuruto ele levanta o rabo. Aí piorou de vez.

Depois do vexame sentei e pensei na bobagem que havia feito. Não sabia se ria o chorava. Resolvi rir, caí na gargalhada e quase fui expulso da sala.

Edvaldo Lourenço
Enviado por Edvaldo Lourenço em 01/03/2014
Reeditado em 03/03/2014
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