A MARCA DA MALDADE HUMANA-Conceyeva Gomezinski

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Cerca de tres anos atrás, uma menina de pouco menos de dez anos foi morta e seu corpo deixado dentro de uma mala, na rodoviária de Curitiba. O fato foi noticia por vários dias. Até agora, o crime permanece insolúvel.
Nas cidades brasileiras vemos meninas ainda crianças, na prostituição agenciada pelos cafetões e cafetinas. Algumas, ainda brincam de bonecas. E o mais triste é que são os pais os negociantes vendedores das filhas. No Fantástico, uma reportagem onde vimos menina de 4 anos dançando com prostitutas no palco de uma pousada qualquer em Natal.
Quase que diariamente ouvimos noticias de crianças que são maltratadas, abusadas e mortas até pelos próprios pais. E na África, crianças famélicas morrem todos os dias, assim como na Índia, Afeganistão e em outras partes do mundo. Jamais esquecerei as crianças de Darfu.
No mundo islâmico, jovens mulheres que recusam o casamento com noivos escolhidos pelos pais , tem o rosto deformado pelo ácido jogado pelo pretenso noivo, e no nosso nordeste, a fome ainda é uma companheira silenciosa de muitos brasileirinhos.
Fico sabendo em uma conversa informal, que o prefeito de uma cidade paranaense teve que negociar com os traficantes de craque, uma trégua na venda da droga, alegando que a prefeitura não dispõe de tantos recursos para tratar da questão e nem disponibilizar a toda hora, ambulâncias para atender os usuários que passam mal com os efeitos da droga.
E todos os dias somos obrigados a conviver com a corrupção descarada como a que vimos sobre a máfia das licitações. Por mais que me digam que sempre foi assim, embora com outras caras mas em todos os tempos , ainda assim me pergunto: a maldade é inerente a condição humana ? Quero acreditar que não, mas tremo diante do que vejo, até por não saber a quantas chegaremos.