Silêncios e vozes

Às vezes o tédio nos leva a caminhos jamais imaginados. Como eu, na manhã de hoje. Não sei se movida pelo tédio, ou pela falta de inspiração, ou até por um impulso da adolescência. O fato é que fui parar no cemitério.

Jamais havia entrado num lugar tão silencioso e tão tumultuado ao mesmo tempo. O silêncio parecia vozes. Mas era só silêncio, e mais nada. Umas lápides mais "bonitas" que outras. Até ali havia marcas da desigualdade social.

Lá dentro me perguntava como fui parar ali. Perdi-me naquele lugar. Um labirinto fúnebre. Eu não tinha ninguém ali para dar flores ou chorar. Talvez por isso aquilo tudo não me causava tanto assombro. Mas fiquei imaginando o dia em que eu teria um motivo real para estar ali, viva ou não, seria mortal.

Mas o que me chamou atenção foi a foto acima da lápide de uma mulher chamada Elza de Souza. Como aqueles olhos se pareciam com os meus. E o sobrenome, Souza, o do meu avô, de quem herdei meus olhos. Elza de Souza...

Teria sido uma Tia? Prima distante?

Não sei.

Mas meus pensamentos me levaram a seguinte conclusão: A morte faz parte da vida.

Pâmela Carla Himmeôn
Enviado por Pâmela Carla Himmeôn em 02/04/2014
Reeditado em 02/04/2014
Código do texto: T4753659
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