O " Xeque-mate" dos pombos

“O que prega a maldade cai no mal, mas o embaixador fiel é saúde.” Prov 13; 17

Nossos discursos sobre certo e errado, justo e injusto acabarão sendo testados em nós mesmos. Quem defende a maldade deve provar dela; questão de coerência. O Salvador foi além, ensinando o teor dos discursos como o “DNA” da alma, sem deixar de responsabilizar ao tagarela por suas presunções; disse: “Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12; 33 a 36

Acontece que o “Dia do juízo” nem sempre é tão distante como supomos; coisa pra a eternidade. Muitas vezes ele se manifesta aqui; diverso daquele que será final, esse é corretivo, circunstancial, dada a misericórdia de Deus que conta ainda com a mudança de alguns que aprendam com seus erros.

Paulo ensina: “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifestam-se depois. Assim mesmo também as boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira não podem ocultar-se.” I Tim 5; 24 e 25

Esse “juízo” pois, mais que punitivo é exposição pública dos caracteres, um rasgar a máscara da hipocrisia, coisa que o Salvador também mencionou: “Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.” Mat 10; 26

Em se tratando de autoridades, sejam civis, militares, eclesiásticas, políticas, a imprensa livre desempenha importante papel para expor seus atos; sejam meritórios, ou, improbos.

Falando nisso, o Ministro Gilberto Carvalho decidiu “entrar em campo” em defesa dos “benefícios da Copa” no Brasil, temendo manifestações dos opositores do evento.

Quem viveu nos anos 80 e 90 lembra bem dos tumultos, greves, invasões, patrocinadas pelo PT, quando era oposição. Certo, a política nunca foi de bonzinhos e honestos; havia naquela época, corrupção, desvios... ouvir o discurso da inclusão social e da ética na política, fim da roubalheira sensibilizava qualquer que ansiasse por isso. Foi meu caso. Votei nos que esposavam tais ideias e deu no que deu.

Os que patrocinavam toda sorte de distúrbios na oposição, agora tentam abafá-los. Mais, os que patrocinam uma “Comissão da Verdade” para investigar crimes de meio século atrás fazem o diabo para que não haja a CPI da Petrobrás, morrendo de medo que a verdade venha à tona, finalmente.

Então, gostam eles da verdade ou não? Sei, gostam da que fere seus desafetos, e detestam a que mostra seu vero caráter.

Quando dos desvios do “Mensalão” que servia para comprar apoio político para muitos soou estranho, afinal, eram maioria já. Agora, vendo o empenho dos peemedebistas Romero Jucá e Renan Calheiros tentando evitar a CPI, se vê na prática para quê serve tal apoio. Os desvios da Estatal serviriam para “patrocinar” tal apoio, como um mensalão dois?

Os amantes da verdade pretérita embaralham tudo tentando misturar outros temas não porque os queiram investigar de fato; apenas, como cortina de fumaça. Que se investigue eventuais desvios de outra espécie em comissões específicas, triunfe, pois, a verdade! Ah, inclusive a que envolve André Vargas, Youssef e o Ministério da Saúde.

Afinal, se é verdade que havia corrupção em outros tempos, hoje, grassa como “nunca na história deste país” como diria Lula. A capa da ética na política envolvia um monstro; confesso que fui enganado. Se, pensavam mesmo aquilo e se deslumbraram com o poder, se lhes aplica uma pecha bíblica, dita sobre Jerusalém: “Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.” Is 1; 21

É, mesmo as mortes de Celso Daniel e Toninho do PT carecem ser desvendas; trabalho pra verdade. Como sempre defenderam as “manifestações populares” como chamavam às desordens que promoviam, que sigam fazendo isso; como gastam da verdade mesmo no passado, que a desfrutem cabal no presente.

Basta de eufemismos e ranços ideológicos; a coisa deixa de ser ideológica quando vira crime; mas, seguirão a ladainha como diz uma frase espirituosa que li: “Discutir com petista é jogar xadrez com pombos; eles derrubam as peças, cagam no tabuleiro e ainda saem de peito estufado arrulhando vitória.” Que coloquem as peças no lugar, preto no preto, branco no branco.