O MELHOR PRESENTE!

Em junho de 2011 fui ao Paraguai a serviço. Tinha que fazer a cobertura de uma reunião do Mercosul Cultural, em seguida escrever a matéria e publicá-la no site do órgão onde trabalho. O trecho da minha viagem de ida era Brasília-Montevidéu-Assunção. No aeroporto, percebi algo estranho no momento de despachar a bagagem. A funcionária da empresa acionou umas quatro vezes o botão para imprimir a etiqueta da minha mala. O nome que saía impresso era de um homem (coisa mais esquisita!), que só mais tarde fiquei sabendo que se tratava de alguém que estava indo para Buenos Aires (põe esquisitice nisso!!).

Nesse burburinho que se formou no balcão de atendimento, vi duas moças da companhia acenando de longe para que eu me dirigisse rapidamente para a área de embarque. Atendi ao pedido só depois que a funcionária me disse que tudo tinha dado certo com relação ao meu nome na etiqueta da mala e que ela já iria para o bagageiro do avião. Fui, então, tranquila para a área de embarque, entrei no avião, e eu estava bastante atrasada; todos os passageiros já estavam acomodados em seus lugares, cintos apertados, bagagens nos seus devidos compartimentos... parece que cada uma daquelas pessoas sabia que eu havia sido o único e verdadeiro motivo da cansativa espera em solo, pois todos os olhares (intencionalmente curiosos) voltaram-se para mim quando entrei na aeronave....

Finalmente decolamos rumo a Montevidéu, onde haveria uma conexão para a capital paraguaia. A viagem foi ótima e aterrissamos no horário previsto. Tudo ia maravilhosamente bem, até que, já no aeroporto, me dei conta da mala. Pensei: que bobagem, a mala nem é grande, posso muito bem levá-la comigo até Assunção, não preciso mais despachá-la. Então, fui até o balcão da companhia e entreguei a etiqueta para a atendente trazer a mala para mim. Mas, que mala? A funcionária, depois de procurar aqui, procurar ali, me deu a notícia de que a mala havia sido extraviada, que não sabia para onde, mas que eu ficasse calma, pois tudo seria resolvido a tempo. Não foi.

Viajei para Assunção sem a minha bagagem, fiquei sem as roupas que estavam dentro dela. Eu vestia calça jeans, camiseta, um casaco e estava de bota. A minha sorte é que, dentro da frasqueira de mão, eu havia colocado umas pequenas peças de roupa, inclusive roupas íntimas. Isto aconteceu numa sexta-feira. No sábado, cobri a reunião de ministros com a roupa da viagem (!!), redigi a matéria no final da noite, e nada da mala chegar ao hotel. Mas o melhor presente veio quando senti a mão de Deus me protegendo em meio a tudo isso.

Apesar de tudo que passei, não perdi o humor, não fiquei irada - e essa minha reação só pode ter vindo com o fato, que eu creio, da mão de Deus estar estendida sobre mim. O avião, apesar do visível mau tempo entre Montevidéu e Assunção, não jogou nem um pouquinho, voou serenamente, parecia ser guiado por anjos, e aquilo era muito estranho, pois as nuvens estavam carregadas demais... eu chorava o tempo todo na poltrona da janela do avião por causa da mala, mas no fundo eu me sentia bem, pois, ao mesmo tempo em que as lágrimas molhavam o meu rosto, eu louvava a Deus baixinho, pedia força para suportar aquela situação - lágrimas, louvor, lágrimas e louvor - e eu sentia que o Senhor da vida estava ao meu lado. Foram emoções, sensações, coisas que só eu compreendia naquele momento. Quando estava escrevendo a matéria no hotel, Deus também me presenteou com um conjunto musical muito bom, que tocava belíssimas músicas na sala que ficava bem ao lado de onde eu estava trabalhando, de forma que eu escrevia e ao mesmo tempo me deliciava com aquele incrível som. Foi mais um presente. Foi uma noite especial.

Por incrível que pareça, no domingo à tarde, quando cheguei ao aeroporto para voltar ao Brasil, a mala também estava chegando da Argentina!!!!! E eu já estava indo embora!!!! Fiquei tão feliz quando recebi a minha mala das mãos de uma funcionária, que desisti de acionar a empresa na Justiça. Pensei que tudo que ocorreu pode ter sido permitido por Deus para testar as minhas atitudes diante das dificuldades. O melhor presente que ganhei nesta viagem foi o cuidado que o Senhor teve comigo e a entrega da minha mala, mesmo no momento em que eu estava voltando para o meu país!

A minha experiência foi extremamente rica, apesar de ter ido e voltado com a mesma roupa. Só Deus alivia nossos corações diante de obstáculos, diante de dificuldades, e eu agradeço a Ele por tudo o que me proporcionou. Tudo deu certo. E, agora, aprendi a lição: em viagens internacionais rápidas, não despacho mais bagagens que podem ser levadas comigo dentro do avião.

Glaucia Ribeiro (25/4/2014)

Glaucia R Lira
Enviado por Glaucia R Lira em 25/04/2014
Reeditado em 25/04/2014
Código do texto: T4782787
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.