Balanço de Vida- Crônica.

Dia destes estava pensando em minha trajetória de vida e, parafraseando Lya Luft, em Perdas e Ganhos, resolví ,eu também, fazer um rol do meu passado ,de minhas perdas ,ganhos, e, não vou negar, fiquei surpresa ao notar, apesar dos infortúnios e das adversidades porque passei que eu havia ganho ,e ganho muito, e posso me sentir uma mulher realizada.

Fui muito amada e bem tratada no passado por meu marido ,um apaixonado gaúcho que lutou muito ,se esforçou muito, por meu amor,(e um gaúcho apaixonado vale a pena!)durante treze anos, pessoa que , infelizmente , perdi para a morte mas ,entretanto, me deixou boas recordações.

O filho, saldo do casamento que tive com este homem é um belo adulto jovem a quem sempre enchi de amor e não me causa maiores preocupações pois ,sendo filho único ,não se apegou em um vínculo infantil demais a mim, é independente, está pronto para a sua vida, se tiver baques pode se levantar ,enfrentando a situação ,é também culto ,informado,e exerce sua cidadania.

Em minha profissão ,a Medicina, me fui ,vou,e procuro ir ainda,na medida do possível, muito bem. Como saldo ,escrevi um livro que tem lá suas descobertas para a psicanálise,psiquiatria ,e que não é um apanhado de teorias, mas trás novidades, descobertas e estímulos à pesquisa clínica. Portanto, não é destes entediantes tratados com apanhados teóricos das idéias de Freud , Lacan ou Winnicot, mas o resultado de um trabalho clínico ,privado, inédito, e que,sei,vai ficar nos anais da análise e psiquiatria ,a menos que seja plagiado.

Com meus pais me saí muito bem ,amparando os na doença e velhice. Creio que com a minha família ,agora reduzida a poucos membros, também.

No rol de meus ganhos amealhei meus escritos,as poesias,os contos as crônicas que escreví até aqui e, embora tenha,como todos,material medíocre,tenho também ,trabalhos ótimos que pretendo, para o futuro editar em livro. Soma se a isto o bem que os comentários e críticas de vocês, todos vocês, meus irmãos em letras e poesia, meus recantistas e outros,me fizeram. Julgo ter ganho, também ,a amizade de todos, a sua empatia.

De maneiras que, agora, aos sessenta e quatro anos pretendo seguir escrevendo, fazendo medicina e, para atenuar minha solidão ,não obstante conviver bem com ela, já que sou uma boa companhia para mim ,gostaria, como mulher que sou, de encontrar um amor da maturidade ,um homem idôneo, situação que, espero, não seja sómente em sonhos ou fantasias ou não se prolongue apenas no imaginário mas que venha a ser real.

Dito isto,estou livre, risonha, e feliz para seguir a jornada à frente.

Grande abraço e grande aceno de despedida ao passado e a todos aqueles que me ajudaram em meu caminho.

Adeus...

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 17/05/2014
Reeditado em 17/05/2014
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