NÃO FUI CAPAZ DE PERCEBER...

Alguns meses antes da morte de meu filho Klewerton Cavalcante de Sousa-Nenem, fui acometida de uma grande depressão, como se fosse um aviso do que estaria por acontecer. Pesadelos e sonhos aflitos povoavam minhas noites nos dias que antecederam a morte de Nenem. Minha intuição me dizia que algo estava por acontecer...mas nunca imaginei que seria a perda do meu filho. Mas, alguns meses depois do ocorrido, voltando aos dias que antecederam aquela triste noite de janeiro de 2011, percebo como eu estava sendo “avisada” que meu filho partiria.

Frases e conversas, que aparentemente eram casuais, depois do acontecido, se tornaram significativas e inesquecíveis para mim... Lamento porque não fui capaz de perceber o que sutilmente minha alma previa.

Na sua última quinta-feira dia 08/01/2011, uma semana antes do acontecimento, fomos à casa do meu pai e ficamos até às 23 horas, ele muito animado conversando com meu irmão e com meu pai.

Não esqueço uma conversa com uma amiga que me falava sobre Jó, nesta mesma quinta feira. Naquela ocasião eu disse assim: “Eu suportaria perder tudo em minha vida...mas meus filhos não... se eu perdesse um filho sei que minha fé ficaria muito abalada”.

Outras lembranças, como no sábado dia 09/01/2011 quando meu filho saiu para fazer um lanche e eu desejei comer desse lanche. Eu quis até ligar para ele, mas não liguei...Quando ele chegou tinha trazido uma porção do mesmo lanche para mim...

Também naquele último domingo 10/01/2011, quando ele não saiu de casa, passou o dia todo comigo, fiz um almoço e uma sobremesa que ele gostava. Almoçamos juntos, o que era raro, pois geralmente ele passava os domingos com a namorada.

Algumas pessoas dizem que os animais pressentem a morte do dono. Não sei se isto procede, mas não posso deixar de lembrar e de colocar aqui. No dia 12/01/2011 meu filho estava providenciando e separando numa pasta uns documentos para enviar a Recife, pois ia participar de uma seleção para arquivista na Marinha. Na tarde deste dia, aproximadamente às 16:30 h. comecei a ouvir uns uivos penosos, parecidos com choro, de um cão. Percebi que era Brad, o cachorro que pertencia ao meu filho, uivando tristemente. Ficamos preocupados e fomos ao quintal olhar o que era. Estava tudo normal.

Pequeno Príncipe
Enviado por Pequeno Príncipe em 11/06/2014
Reeditado em 11/06/2014
Código do texto: T4841003
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