À Procura do AMOR

Minha saga não é tão simples, estou em busca de um AMOR primeiro!

Quero encontrar bem de mansinho, não adianta querer chegar ligeiro.

Num amasso entrelaçado de alvos braços e bem macio aconchego, um AMOR de algodoeiro.

Pode até ser abrasador, queimar levemente meu corpo inteiro, teria então constantemente para amenizar o calor, um AMOR de bombeiro.

Jogue a corda, me puxe no laço, segure-me pelos cabelos, me renda num envolvente abraço, não me desprenda desse AMOR de boiadeiro.

Vamos continuar, tenho agora gana de encontrar, pois ainda estou no meu AMOR terceiro.

Leve-me contigo pelas estradas da vida, nos caminhos da emoção, quero viver livre, curtindo com distração um AMOR caminhoneiro.

Minhas feridas recentes e antigas devem ser bem tratadas, quero curar por inteiro, essencial seria ter um AMOR enfermeiro.

Não vale a pena, com ele viver apenas um momento festeiro ou carnavalesco, se tornaria tão somente, um AMOR de fevereiro.

Faço questão porém, que não seja tão comum assim, ao menos não deva ser, nem tão pouco corriqueiro.

Se meu coração ele partir ao meio, deixando sangrar pela dor do abandono, cruel ele será, este terrível AMOR açougueiro.

Nunca deverei no entanto, me desesperar, não será motivo para me precipitar, num infindável desfiladeiro.

Quem sabe venha com as ondas, na suavidade e beleza do mar, seria então um sublime AMOR de jangadeiro.

Sempre que for preciso recomeçar, disposto estejamos, seria a cada dia assim, um novo AMOR de janeiro.

Não permitirei que me leia e desvende por inteiro, e depois num canto qualquer, me deixe esquecida, não suportaria este AMOR de livreiro.

Na tentativa de querer me lapidar e acariciar, encoste matreiro, me segure com firmeza, vou adorar este AMOR tão mineiro.

Continuo com calma procurando, a caminhada é longa, ainda estou no meu AMOR décimo primeiro!

Meus sentimentos moldados devem ser, em base forte e sedimentada com o barro da razão, que bom seria, poder ter um AMOR de oleiro.

Perdão não darei, se tentar ser traiçoeiro, em contrapartida, eternamente grata serei, por um AMOR bem ordeiro.

Ufa! Como cansa essa busca, mas, continuemos, que já cheguei ao décimo terceiro!

Venha comigo construir uma vida em união, cumplicidade entre quatro paredes, se faz urgente num AMOR de pedreiro.

Desejo por toda vida com ele estar, por favor, não me venha enganar, com este AMOR quaresmeiro.

De um alvo certeiro faça o meu coração, quero apaixonada me tornar, mire com sua flecha da tentação, não ouse errar, meu fugaz AMOR arqueiro.

Carinho em suave linho, na cama macia é imprescindível manter, que gostoso isso receber de um AMOR rendeiro.

Quero que seja muito sorrateiro, mas de mim nunca se canse, que de minha doce seiva abundante, beba este AMOR seringueiro.

Bem poderia ser um AMOR agarradinho, viver sempre juntinho, daqueles grudados como um arroz nesse AMOR tropeiro.

Mas se por ventura, quiseres de mim fugir, não roube o que tenho de melhor, não me faça sofrer com este AMOR trambiqueiro.

Meu corpo sente falta, de no frêmito desejo se entregar por inteiro, em loucuras incessantes, para um maravilhoso AMOR trepadeiro.

Já me encontro quase sem forças, mas teimo em continuar, sou persistente, findei chegando ao meu AMOR vigésimo primeiro.

Com tuas mãos em gestos suaves e boca úmida ofegante, em meu seio tu hás de encontrar e sorvê-lo, este alimento delirante para tua ânsia desfrutar, nesse sagaz AMOR de vaqueiro.

No fel de meus lábios quentes, sinto falta de doces e ardentes beijos, sem dúvida preciso escolher quem me ofereça um AMOR açucareiro.

Creio que agora minha jornada aqui termina, este foi o meu AMOR vigésimo terceiro.

Mas valeu pela busca, realmente não é fácil, não desejo sofrer como antes, por isso dispenso sem receio, um vulgar AMOR bandoleiro.

Puxa vida! Como pude esquecer de mencionar? Jamais em meu caminho quero topar, para mal me casar, com um AMOR zombeteiro.

Tanto escolhi e exigi, que nem mesmo consegui encontrar, nessa loucura de buscar, um AMOR derradeiro.

Tentei achar-te em não menos que vinte e cinco amores, um pouco de cada um deles em ti eu gostaria de ter, mas isso tudo não importa, não perco a esperança, nem vou chorar, são apenas percalços do caminho, pois, sei que em algum lugar está a me aguardar, o teu AMOR verdadeiro.

Quando bem juntos estivermos, dúvida não me restará, certeza terei, de como valeu a pena te esperar, tendo que aprender antes a AMAR, do último ao primeiro.

Lilian