“Craque” na vida (Não “Crack” na vida)...

Muito se fala e muito se ouve que somos o país do futebol... E não é à toa, realmente somos, temos talentos "brazucas" em todo lugar do mundo e é inegável quando dizem que somos o berço da bola.

Porém, é inegável também que a atenção dada ao "Craque" de bola não é a mesma dada ao viciado em "Crack". Sei que hoje é comum existirem nos principais centros urbanos lugares chamados de "cracolândia", as praças perderam seus nomes, as ruas onde ficam essas "criaturas" se parecem com cenários de filmes de zumbis e eles mesmos (os viciados) acabam se tornando isso mesmo, andando pra lá e pra cá, falando coisas sem sentido, procurando uma alma sã e um corpo sadio para tentar manter o vício, seja pedindo, seja roubando.

Chamo de "criaturas", não com a intenção de soar pejorativo, chamo porque para muitos, eles já deixaram de ser “seres humanos” e a analogia de zumbis é justamente porque alguns já perderem até sua essência de homens e mulheres pensantes, são pessoas que vivem ou sobrevivem nos bastidores da sociedade. Fato é que lugares assim, já se tornaram distritos, mas não exatamente como define o dicionário e sim como a um filme que assisti a algum tempo chamado Distrito 9.

Enfim, quando assisti ao filme, levei mais para o lado de uma crítica feita à raça humana, direcionando minha interpretação na questão de que o ser humano ainda tem muita dificuldade em aceitar as diferenças e quando se vem na situação em que não sabem o que fazer, a melhor solução; inicialmente; é o isolamento.

Muitos podem até dizer que já existem projetos sociais que atuam para resgatar essas pessoas, seja por parte do Governo (Municipal ou Estadual), seja por Organizações não Governamentais (ONGs), porém o problema existe e cada dia mais aumenta os casos de pessoas viciadas.

Mas então o que fazer? Como resolver esse problema? Particularmente é muito difícil responder, não posso ser hipócrita e dizer que não tenho medo, que não olho desconfiado, que se não fosse a força policial presente na região eu não me sentiria seguro, pois a realidade é assustadora mesmo.

E isso me faz refletir o quanto uma base familiar bem estruturada é importante, não generalizo afirmando que todos que estão nessa situação não tiveram família, que não tiveram condições e conseqüentemente (na teoria) não precisariam estar onde estão, pois alguns com certeza entraram nessa vida simplesmente e infelizmente pela curiosidade, a "bendita" curiosidade, mesmo assim acredito que a imposição de limites na criação de um filho, o entendimento e a compreensão de alguns "nãos" durante a infância, além de conversas e diálogos sinceros sem medo de mostrar a realidade e o resultado que algumas escolhas podem causar, ajudariam pelo menos na questão informativa dos males que as drogas proporcionam.

Pra finalizar, sinceramente como pai, quero muito que meus filhos sejam craques na vida, independente das escolhas que façam, amando, cuidando e sempre zelando por eles, mesmo que para isso eu tenha que ser rígido, impondo limites e dizendo "nãos" de vez em quando, pois prefiro ser chamado de "pai chato" hoje, que ser cobrado no futuro por ter sido displicente e conivente com as escolhas e atitudes erradas que possam cometer.

Moises Tamasauskas Vantini
Enviado por Moises Tamasauskas Vantini em 08/07/2014
Código do texto: T4874360
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.