A PÁTRIA NOSSA DE CADA DIA.

O País de chuteiras foi massacrado de forma retumbante e humilhado em berço esplêndido, porém, o Brasil real, aquele verdadeiro, o do dia a dia, não é o do futebol e desses meninos milionários ainda em tenra idade, que vivem na sua maioria uma realidade estrangeira em clubes europeus, a copa passará, e todos seguirão a sua cômoda vida, alguns terão a oportunidade de em outras disputas serem elevados a heróis novamente com seus pés bem calçados e patrocinados por grifes famosas, o Brasil que fica para ser concertado, bem regido e recuperar a dignidade não é o da seleção da CBF, o país que merece atenção é o dos meninos de pés descalços, que no agreste convivem com falta de água, o dos ribeirinhos que sofrem com enchentes, os das favelas e das cercanias dos grandes centros vivendo em condições precárias sem ter suas necessidades básicas supridas, olhando uma copa com olhos alegres e iludidos por um ópio que se usa para entorpecer e mascarar os reais problemas existentes, e sem perceberem o quão violados em seus direitos fundamentais estão, o tempo passa e em tudo se percebe avanço minguado e lento, arrastado e sem base fundamental para crescimento e desenvolvimento, os estádios superfaturados tem concepção moderna, ficarão como legado para um povo que respira futebol, um triste consolo para quem corre atrás de uma bola, ao passo que engatinha por alimento, moradia, saúde e educação. Hoje, o brasileiro acordou envergonhado por um acachapante resultado de 90 minutos de futebol e isso reverberará por algum tempo, sem contudo se dar conta que temos anos de atraso em desenvolvimento social, que para um país que és gigante pela própria natureza, onde o solo és mãe gentil, e depende apenas de seu povo e de suas decisões para alcançar o penhor dessa igualdade que hoje se faz tão distante, tem muito mais do que se envergonhar!