MAIS ESCOLA PÚBLICA, MAIS POBREZA

Tenho birra de escola privada. Os donos acham que prestam um grande serviço nobre para a comunidade, que é o educacional. No entanto, guardando a hipocrisia que se faz necessário comungar com ela, eles bem sabem que não passam de exploradores muito bem remunerados de uma grande oportunidade comercial. Graças a carência de escolas públicas existente no Sistema, eles aparecem com seus produtos para preencher as lacunas.

Por outro lado, se houvessem as instituições de ensino omitidas pelo Estado para atender a demanda populacional, ocorreria o fenômeno contrário: Todo mundo ia poder estudar de graça. Logo, quem pagaria para estudar em um estabelecimento particular?

Nisso, outros problemas aparecem. Não dá para criar um imposto recursivo que pague o salário dos funcionários das escolas públicas descontando deles próprios. Esse desconto terá que sair de outra fonte, de outro nicho de mercado. Invariavelmente seria da iniciativa privada. Que enquadra também um colégio ou uma faculdade particular.

E sem meios de arrancar de algum lugar o imposto, não tem como o Estado construir e manter escola ou hospital, por exemplos. Nem mesmo Copa do Mundo, pasmem! O jeito é ter o mínimo de estabelecimentos desses setores por conta da máquina administrativa estatal. A fim de atender os mais pobres.

Por isso é um pouco imbecil ficar levantando em passeatas placas que dizem: "Queremos mais escolas", "Queremos mais hospitais". Isso interessa mais a bancos do que ao Estado. Bancos é que podem emprestar dinheiro para aqueles que desejarem montar os estabelecimentos que o povo diz precisar.

O que o povo deve pedir, contundentemente, em seus protestos é emprego e renda. Nunca se esqueça: é a minha opinião! Lugar para trabalhar ou financiamento para se montar o próprio negócio; Remunerações justas que permite pagar-se pelos serviços de educação e de saúde. Aí, sim, evoluiremos. Não vão mais pegar o dinheiro público que não é convertido em escolas ou hospitais por não ser tributariamente funcional em país capitalista, enfiar no bolso e distribuir a sobra em forma de circo como essa Copa do Mundo que está prestes a ruir. Digo: acabar.

Se o povo exigisse do Governo as coisas certas, o mesmo tomaria um xeque e teria sempre as mãos atadas para não fazer corrupção. Investimento em Saúde ou Educação deixaria de ser paliativo de campanha política, ou seja: menos promessas falsas se ouviria. Ainda haveria ministérios para esses assuntos, mas o número de cargos seria enxugado. Além de deixar de administrar dinheiro a Deus dará, pois, de tão automático, a verba se repartiria e se destinaria aos bolsos certos. Que poderiam ser de pessoas simples apenas. Concursada e não eleita a maioria.

Bem, é só uma opinião. A gente sabe que a roda no Brasil gira de um jeito já assimilado e quem faz parte dela, por mais simples que seja o indivíduo, jamais irá concordar com mudanças ainda que sensatas. Afinal, para ele não piora em nada enquanto a roda estiver conseguindo girar. E ela para se pensarmos que cada vez mais o brasileiro deixa de estudar por não ter vaga no sistema público ou meios de pagar ao privado por falta de emprego. Escola pública vazia não muda nada para os funcionários, ganham do mesmo jeito. Porém, funcionando por falta de alunos para a rede privada já não se tem tanta certeza.

PS: Estudei em escola pública meu Ensino Fundamental e tenho maior orgulho disso. Mas tenho que admitir que se esta nação fosse um país de economia planificada ou pelo menos que as escolas públicas destinassem, categoricamente, tão somente àqueles que não podem pagar pelo ensino, a modalidade não sofreria risco nenhum. O problema é que além de avarentos e dados a explorar mercadologicamente o pobre, os mais ricos ainda querem tirar dele o que ele poderia utilizar para facilitar sua vida e poder prosperar.