"REPÚDIO"

Havia um jovem que o seu maior sonho era ter um jumentinho para ajudá-lo em sua caminhada, ele sempre pedia a Deus que o presenteasse com um belo exemplar para ser seu fiel amigo e companheiro inseparável, até que aos 20 anos, para seu deleite, recebeu o tão esperado presente.

foi o dia mais feliz de sua vida e mostrava seu jumentinho a todos os parentes e amigos, sempre o elogiando muito por ser muito útil e companheiro, logo começou a fazer planos e para onde o rapaz ia, o jumentinho o acompanhava e o servia de todas as maneiras, carregava suas cargas, levava-o para o trabalho, para a faculdade, para os passeios, enfim, enfrentavam juntos todas as tempestades, enchentes e secas, passavam tanto por estradas bonitas, floridas e planas como também por barrancos, espinheiros, montes e vales, porém o jumentinho nunca empacava nem se queixava, pois sabia que o jovem como ele, estava envelhecendo aos poucos e acreditava que aquele amor era recíproco e que um cuidaria do outro até o final, pois era isso o que o jovem fazia questão de sempre reafirmar e fazia planos para quando a vida melhorasse, recompensaria seu amigo e companheiro com pastos verdejantes e águas tranquilas.

O jovem gostava de fazer carinho em seu jumentinho e o chamava de minha benção, de presente de Deus para minha vida, de meu confidente, meu companheiro e amigo fiel. Ficava perplexo e indignado quando via seus amigos abandonarem seus companheiros de jornada logo que melhoravam de vida e os trocavam por outro mais jovem, mais viçosos, mas que não tinham o mesmo sentimento de fidelidade como o outro.

Com isso o jovem sempre os aconselhava a serem fieis ao seu velho companheiro e falava que o mesmo merecia respeito e amor por tudo o que já haviam vivido juntos e que o abandono era errado, desumano e que o desprezo e a traição não eram aprovados por Deus.

Os anos foram passado inexoravelmente, o rapaz se formou, começou a galgar lugares mais altos em sua profissão até chegar a um cargo de chefia, no começo, ele continuou fiel ao seu companheiro, porém pouco tempo depois começou a sentir vergonha dele, começou a achar que seu jumentinho já não tinha mais serventia pra ele, seus novos "amigos", todos eles já haviam trocado seus velhos jumentinhos por outro tipo de transporte mais modernos e mais bonitos.

O jovem começou a desprezar seu jumentinho e tudo nele o incomodava, seu cheiro, seu som, sua presença, enfim ele passou dos sentimentos de amor e gratidão que tinha por seu jumentinho aos sentimentos de desprezo e ódio; até chegar o dia em que ele o abandonou de vez e já não queria vê-lo de jeito nenhum.

O pobre do jumentinho não entendia o que havia acontecido, o que havia mudado, pois seu sentimento ainda era o mesmo, ele era o mesmo jumentinho que sempre esteve disposto a tudo para fazer aquele rapaz feliz e continuava com a mesma disposição, porém com o tempo, foi entristecendo, perdeu o apetite, sentia muita falta do amigo e foi morrendo aos poucos.

Você achou essa história triste? Então o que dizer quando um homem faz isso com sua mulher, pois é assim na maioria dos divórcios, geralmente uma das partes se sacrifica em benefício do outro, dá os seus melhores anos, se anula, deixa de sonhar e começa a sonhar os sonhos do outro, enfrenta todas as dificuldades da construção de uma vida e de um patrimônio e depois que tudo está pronto e bem alicerçado, passa a não ter mais serventia e é trocado por outra mais nova e a mulher madura é jogada fora como uma laranja que já foi totalmente chupada e de onde não se tem mais nada de bom a tirar, não sobra nem mesmo a amizade, o respeito e a gratidão por aquela que só fez o bem e sempre desejou o melhor aquele homem.

E justamente na hora em que a mulher podia colher os frutos do seu trabalho e dedicação, quando chegou a hora em que podia descansar e desfrutar das benesses de toda uma vida de entrega, dedicação, economia, luta, suor e lágrimas; é abandonada a própria sorte.

"E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.

Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o divórcio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais infiéis nem desleais." (Malaquias 2:14-16)

VANUSA PAIXÃO
Enviado por VANUSA PAIXÃO em 16/07/2014
Reeditado em 09/11/2014
Código do texto: T4884488
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