Vida vazia

Quando uma lágrima desce pode ser apenas saudade. Do tempo na roça, da casinha de campo, das plantações de café, das águas limpas que correm bem no fundo da casa da avó. O fogão a lenha e aquele café da manhã que a avó preparava com tanto carinho. Mas agora a realidade é outra: você acorda com a horrível sensação de quem não descansou nada, que a poluição lhe trouxe problemas respiratórios, o caos no trânsito lhe irrita, o trabalho é uma rotina extremamente desgastante e aí suas dores de cabeça só aumentam. Então, meu amigo, agora você decide ir fazer uma visita a sua avó que já está idosa. Se livrar desta vida infernal da cidade grande e curtir as férias. Mas você fica uma semana e já não agüenta mais. O celular não pega, não tem internet, e nem tem barulho. Aí você começa a reclamar que lá é parado demais e inventa um monte de desculpas para voltar. É, meu amigo. Você está condenado a viver sem lugar nesse vicioso vazio da cidade grande.

Geovani Silva

Geovani Silva
Enviado por Geovani Silva em 21/07/2014
Código do texto: T4890272
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