Lucinha sonhava com o príncipe encantado.
 
Se alguém teimava em afirmar que ela estava delirando, vivendo numa época ultrapassada, buscando tesouros os quais ninguém hoje arrisca ambicionar, ela sorria compreensiva.
 
A encantadora virgem não aguardava um marido belo e atlético o qual recordasse um badalado artista de cinema. A jovem princesa esperava apenas conhecer um rapaz apaixonado, uma alma comprometida com a poesia dos romances, um companheiro otimista, educado, sincero.
Lucinha almejava um casamento permanente no qual os passarinhos festejam, as flores costumam perfumar e as estrelas brilham para que o casal não cesse a dança.
 
Certamente o corpo da doce donzela ansiava por toques quentes, corria a natural vontade de explorar os prazeres da carne satisfeita quando a mulher suspira alto nos braços envolventes do querido amado, contudo a moça acreditava na ocasião perfeita.
 
Aproveitando a praia deserta, tirando o vestido, após também dispensar a calcinha, branquinha e cheirosa, ela deixou o vento ousado acariciar a pele bastante macia.
Lucinha mergulhou uma, duas, três vezes...
Confirmando o quanto estava refrescante a água saborosa escondendo a sua graciosa nudez, ela demorou, alguns minutos, contemplando o Sol faiscante e sedutor.

Lucinha, escalando pedras do local, decidiu simular baterem uma foto, assumindo uma estratégica posição, que conseguisse despertar a inútil curiosidade das pessoas idealizando ver os detalhes sensuais (confira a imagem acima).
A criativa brincadeira suscitou risos.
 
A violeta casta imaginou, então, um futuro promissor.
A concretização do amor, o encontro mágico, o matrimônio abençoado, filhos saudáveis, um lar repleto de entusiasmo, a inspiração divina e a alegria das realizações.
 
Ela apostava que a existência não impediria o justo êxito.
Uma sensação bonita demais invadiu o coração da meiga rosa.
 
Um vento mais forte soprou, as ondas cresceram.
 
Lucinha percebeu que a fácil claridade logo acabaria.
Era o momento de voltar.
Pegando o vestido e a calcinha, ela começou a andar serena e delicada.
 
Enquanto retornava, pisando descalça a areia fofa da praia silenciosa, Lucinha assobiava e chutava levemente uma latinha vazia.
 
Lindo assobio!
Espetacular final de tarde!
Os pés inocentes tocando suave o caminho.
Os passos reflexivos e lentos.
A noite prometia ser bem agradável...
 
Lucinha, nesse instante, parecia provar a paz.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 22/07/2014
Reeditado em 22/07/2014
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