Diário de uma mulher cancerosa. Que história!

Exames de rotina.

Descobriu um câncer nos seios.

Pensou muito sobre o histórico, a trajetória de sua vida.

Descobriu que nunca fora feliz, que trabalhou de forma desordenada no afã de conquistar o "infinito".

O dinheiro almejado jamais foi conquistado. Sua conta bancária estava precária. Marido abandonou-a quando ela fez 45 anos, trocando-a por uma jovem de 20 anos.

Os filhos, já crescidos não deram o devido valor ao empenho que ela dispensou por anos a fio no zelo, educação e providência das necessidades da prole.

Encontrava-se sozinha, filhos emancipados, enferma, desposada e agora surpreendida com uma notícia nada agradável: um câncer nas mamas.

A vontade era de, como louca, correr desesperadamente nas ruas, bradando: A vida não presta! Quero morrer! Sou uma coitadinha! A vida foi ingrata comigo! Droga, droga, droga!

No entanto, contrariando as expectativas, ela ergueu a cabeça, reprisou todo o filme de sua vida em mente, percebeu que a vida é feita de escolhas e que infelizmente há pessoas ingratas, egoístas e que não se importam com os outros mesmo.

Restabelecida mentalmente, resolveu buscar amparo numas poucas amigas leais que tinha.

Não cobrou nada dos familiares que eram mais distantes que os amigos e fez o tratamento como orientado pelos especialistas.

E hoje? Como ela está?

Ora, hoje ela está linda, magra, exibindo um lindo lenço na cabeça e cercada de belas amigas com problemas semelhantes, interagindo com as companheiras vitimadas pelo mesmo mal, mas vendo o dia brilhar intensamente e detentora de uma certeza apenas: VIVER VALE A PENA. SÃO AS PESSOAS QUE NOS DECEPCIONAM; A VIDA: JAMAIS.