PLANTAS, PISOS E PORCELANATOS

PLANTAS ,PISOS E PORCELANATOS

DEDICADO A POETISA ELENITE ARAÚJO

Serão nossas respostas

aos desertos vindouros.

Aquele verde sublime, um pouco verde bandeira, imensamente verde água é que faz a ponte do nosso mundo com o paraíso silente e dourado. Permito que coloquem anjos neste paraíso , aqueles anjos da infância, com arco e crianças. Para caminhar nesta ponte que leva ao céu, as pessoas não estão se preocupando mais com os pés, nem com a fé, mas sim com os pisos. O porcelanato é o material da moda e seu refinamento me leva a uma reflexão muito pouco original na qual os pisos acompanham mesmo a vida. Piso de chão batido na infância, quando a liberdade era muita e tanta. Agora pisos lisos para os jovens, de preferência, por favor , espelhados para que ele possam ver a beleza da juventude, dos seres ainda jovens. Para nós que estamos envelhecendo que venham os pisos antiderrapantes, de beleza discreta, que não nos reflitam, de segurança aprovada, pois não estamos mais para aventuras. Vídeos mostram velhinhos em boa forma dançando..mas escorregar não é nada bom! Mau humorado, mudo o tom. Porque não quero falar de pios, de porcelanatos, mas sim de verde..de verde mugo, verde areia, verde loucura. Todos os verdes me permitidos e cnsentidos. Não quero falar de pios, porque pisos me lembram passos e passos lembram caminhos, talvez eu esteja farto de caminhar. Quero falar de verde. Penso que faremos algo no futuro, um projeto . Será nossa resposta aos desertos vindouros. Vi que basta alguns pensamentos para resgatarmos o verde dentro de nós. O verde da nossa infância, o verde de lugares simples. Agora sim, sinto vontade de novo de andar no verde. Nestes passos da saudade volto a lembrar dos pés e da poesia. De novo, vocês sabem como é a ment humana, vem a reflexão sobre o porcelanato, que acho belo. As pessoas estão buscando a beleza desta pedra para os pés, esquecendo-se do verde para os olhos. Cada vez há menos verde nas casas, ruas e praças....poucos cidades estão preocupadas com isso. Mas a parte de todos os porcelanatos e mármores do mundo, nenhuma casa, casebre, rua ou cidade fica tão bela quanto aquelas que possuem o verde estampada na face da varanda e nos corredores da alma. Vem ao meu coração e olhos, portões, varandas d, casas com primaveras, alanandas, lágrimas de cristo , hibiscos e tantas outras folhagens e flores.. O relógio do hospital agora bate e devo sair um pouco. No piso quadriculado vejo o xadrez da minha vida e que seja este piso um ponte para uma eternidade um pouco maIs prolongada. Avisto um belo vaso com verde no fim do corredor...é pouco, mas já é alguma coisa...Um Amem em verde latim para todos.

CRÔNICAS PARA SE LER NO HOSPITAL

MAURICIO DE AZEVEDO

MAURICIO DE AZEVEDO
Enviado por MAURICIO DE AZEVEDO em 31/07/2014
Reeditado em 31/07/2014
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