Sem rumo

A melhor coisa em se caminhar sem rumo está no fato de que não se tem rumo. Ter rumo, às vezes, significa ter uma obrigação, um caminho exato e inalterável, um tempo inquestionável.

O céu, as nuvens, as árvores, tudo tenta chamar atenção. Mas quem tem rumo não nota, não admira. Só sabe onde tem que chegar. E se apressa, vai bem depressa, com medo de atrasar. Nem mesmo o límpido céu de inverno o distrai.

E vai, andando, andando. Não pensa, não cantarola, não vê. Só anda, de forma automática. e quando percebe: chegou!

Quando não se tem rumo não se afoba, não se cansa, não se atrasa, porque já chegou. Para em qualquer marquise para olhar a chuva. Canta uma canção que faz lembrar dias felizes. Qualquer caminho é o caminho certo, qualquer lugar é o lugar.

E toda hora é exata, nunca se atrasa, nunca se adianta. E fica ali, à mercê das lembranças e dos sonhos bons. Até se lembrar da vida e ter que retornar...

Pâmela Carla Himmeôn
Enviado por Pâmela Carla Himmeôn em 31/07/2014
Código do texto: T4904408
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