GARGALHADA

GARGALHADA

Eu comecei a pensar na última vez que eu dei uma sonora e prolongada gargalhada, aquela na qual os olhos enchem de lagrimas e da uma tremenda dor de barriga. Fiquei uns quinze minutos rememorando até chegar à conclusão de que teria sido a mais de sete anos, num filme antigo com Charles Chaplin “Tempos Modernos” onde tem uma cena dele numa linha de produção de indústria. Ele fica tão fissurado em apertar parafusos que depois do expediente sai da fabrica com as ferramentas nas mãos e vai apertando como se fosse porca e parafusos quem ele encontrava pela frente, nunca rí tanto. Embora na simplicidade do personagem encarnada pelo artista, que com seus gestos mecânicos faz os mais sisudos seres não se aguentarem de tanto rir. Embora eu seja um cara tímido por natureza, tenho facilidade em rir. Mas gargalhar que eu me lembre desta foi a última vez. Não sei se a culpa é minha ou do mundo em que estamos vivendo. Acho que um pouco é preocupação pela vida, pela família, pela idade, sei lá. Acho que o mundo não anda nada engraçado. É uma pena, por que não tem nada melhor pra saúde do que uma boa gargalhada espontânea.

sSantAna Drakcon

Phósforus
Enviado por Phósforus em 02/08/2014
Código do texto: T4907385
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