Herói

Sentada e, como sempre escrevendo, estava eu. Como sempre, mais uma vez, no ônibus. E - pra não falar como sempre - como de costume um senhor idoso olhou em meus olhos, olhou para si mesmo, e mais uma vez em meus olhos. Estava em pé. Entendi que queria que eu lhe cedesse lugar. Cedi. Que boa sensação quando fazemos algo para alguém. Que belo sorriso do idoso acompanhado de um "Deus te abençoe".

Um sábio da minha rua dizia que o Super Man é real. Ele mesmo alegou já tê-lo visto, com seu esplendor, coragem e força. Disse que ele existe dentro de cada um de nós. Não temos asas, mas sobrevoamos limitações. Não temos super visão, mas conseguimos - muitas vezes - ir além das aparências de uma pessoa.

O problema é que o herói dentro de nós se esconde diante de uma simples pedra verde chamada kriptonita... O que seria essa kriptonita? Cada caso é um caso.

Uma vez conheci um herói. Bastava mencionar seu nome e o medo se dissipava. Ele era forte, amável e distinto. Forte como ele jamais vi. Sua kriptonita chamava-se Amor Platônico. Quanta gente já não se asfixiou com esse elemento...?

Ele atinge fortes e fracos. Nobres e plebeus. É um mal que não distingue classes sociais, nem etnias. Qualquer herói que cruzar seu caminho desfalece. Assim como esse que conheci. Pra falar a verdade conheci muito bem. Até melhor do que ninguém. Esse herói já viveu dentro de mim.

Nunca mais ouvi falar dele, nunca mais o vi.

Pâmela Carla Himmeôn
Enviado por Pâmela Carla Himmeôn em 04/08/2014
Código do texto: T4909853
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.