Encontro no Museu do Ipiranga

Pego o trem e desço na estação Ipiranga. Será hoje que a conhecerei, só a vi pela internet, não sei como ela é pessoalmente. São 8h, ela me disse que chegaria a 10h, compro um doce e o como. Sento em frente a marquise e observo as pessoas passando. O homem alto, a mulher com dois filhos no colo, a criança com uma bexiga na mão e um algodão doce na outra. Mesmo sendo um dia em que a entrada é gratuita, nós tínhamos marcado de nos encontrar lá. “Bom que ela gosta de passeios culturais”, penso comigo.

São 9 horas, olho no celular e nada. Acredito que já tenha acordado e que deva estar a caminho, 9h04min41s chega um recado dizendo que ela está entrando no metrô, então ela deverá chegar no horário. Fico ansioso por demais e dou uma andada até lá embaixo e volto. Não estou em forma, admito, mas andar faz bem e com esse tempo frio que está, acabarei congelando se não me mexer.

Perto das 10h ela chega exatamente como ela disse que estaria vestida, linda, e é até melhor que na internet. Veio toda caprichada na maquiagem, com roupas que fazem jus ao tempo que faz. Sentamos um pouco e conversamos, nos apresentamos melhor, eu a conheço melhor olhando no fundo de seus olhos e decidimos entrar no museu. Lá somos apresentados a um guia, um velho amigo meu na verdade, pronto para tudo, até para segurar vela. Lá ele mostra os veículos antigos, os quadros, os objetos da vida privada no subsolo e logicamente o quadro da Independência do Brasil, de Pedro Américo. Por mais que ela goste de História, ela jamais tinha ido ao museu, que é longe de sua casa. Acaba o passeio, no próximo dia terei de fazer o pagamento ao meu amigo.

Saímos do museu e lá o Sol está a pino e já não está tão frio, observamos atletas correndo, pessoas conversando nos bancos, vendedores… Um clima tranquilo, voltamos a conversar, acabo descobrindo mais sobre ela, até sobre seus animais, seu cotidiano, suas relações, seus antepassados… Sinto um clima surgindo entre nós, acredito que ela também. Nos beijamos. Penso que seja o primeiro de muitos. Começamos a nos declarar baixinho e nos beijamos mais uma vez, começamos a brincar entre nós e com um garoto q passava lá na hora. Será uma linda história a que teremos…

...Se isso não fosse um sonho. O museu está fechado e eu, solteiro.

Daniel PC
Enviado por Daniel PC em 12/08/2014
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