Fantasma viajante ( veridico)
Noite estranha…
La fora o chuvisco londrino insiste em timidamente lavar as calcadas
E os telhados de pedra ardosia acinzentada.
Deslizam gotas miudas pelos tijolos todos iguais que revestem as fachadas que tambem parecem ser todas iguais.
Gemeas, trigemeas ...quadrigemeas...
Na vidraca parece que alguem respingou um pincel molhado em agua
Parecendo estar congelados, sem estar...Apenas desafiam as leis da fisica.
Quando fui dormir estava tentando me concentrar em alguma coisa boa
Contando para mim mesma estorinhas de ninar na qual sou sempre
A personagem principal!
Sem ser egoista, apenas quero me divertir de algum modo.
Dormi, acordei lembrando de um sonho comum que nada tinha a ver com as estorias que inventei antes.
Fui mais para o meio da cama e respirei tentando encontrar o sono
Quando ele veio ...veio algo junto com ele!
Um fantasma do qual eu pensava ter deixado do outro lado do oceano.
Percebo quando ele vem...tenho medo, mas quero saber quem ele e
E quando permito me arrependo.
Ele quer algo de mim que eu nao sei o que e, e sua presenca e sempre pesada,maligna...sinto seu fel.
Nao tem boas intencoes, mas nao sei o que ele quer.
Dizem que quando estamos em estado Alfa a nossa mente nao esta no controle.
Nao esta conciente, nao esta aqui e nem esta la.
Eu percebo que ele se aproxima...curiosamente pula em cima da minha cama, e ele pula
Ele nao tem forma humana...Ele pulou na minha cama, leve
E se aproximava do meu rosto, pela agilidade era um felino leve e com passos cautelosos.
Precisos. Vindo na minha direcao.Eu atenta a me perguntar?
_Nao tenho gatos!!! De onde veio esse...Mas quando poe as patas sobre meu peito e um lobo agora! Um cao vindo do inferno, parece. Pelo medo que e pelo panico de tentar
me libertar e acordar e empurra-lo...e uma luta uso todas as minhas forcas...
Nao consigo, e muito pesado e esta com as patas enfiadas no meu peito e com seus dentes afiados junto a minha boca,muito proxima dela, ele tenta respirar o ar que eu repiro...ou sugar algo, nao sei!
Ele me sacode, sacode...empurra e eu ouco um som feito uma vibracao (milhoes de asas de borboletas batendo no meu ouvido)
Posso ouvi-las agora...sentir a vibracao e a forca imensa que uso as minhas maos e bracos empurrando-o, quero me libertar rapido!
Nao consigo...sei que foram segundos mas parecem sempre uma eternidade...meu velho fantasma ja me atacou antes, mas eu sempre luto.
Eu finalmente me liberto e esbravejo e grito, eu o desafio
Quero ve-lo, quero saber o que quer...
Me mantenho no escuro e tateio sobre a cama
E minha vez de contra atacar, percebo que minha boca esta franzinda como tambem de um cao que ameaca morder alguem...Eu quase estou rosnando como um cao raivoso.
Nao ha nada ali...acendo a luz...nao esta la!
Covardemente foi embora...vai voltar! Eu abri um canal que estava fechado
Ele vai voltar...
Veio como cao, como gato...
Um fantasma esperto, ele tenta me seduzir no meu ponto fraco
( animais )Nao os temo...na verdade eu os amo, e desjo proximo de mim.
Mas nao e um bom gato, nao e um bom cao, e eu nao sou tao ingenua.
Quer algo de mim que com certeza tenho de sobra mas nao sei o que.
Sei meu fantasma passa por uma metamorfose
pois era humano antes...e ja veio milhoes de vezes e ja me libertei dele do mesmo modo, sem nunca ter consiguido ve-lo ou compreende-lo.
Evolui
Porque nunca emitiu sons antes...
Agora pode emitir vibracoes...e posso percebe-las.
Qualquer dia destes estaremos conversando, talvez
...Pode ser que ele me diga o que eu tenho a mais?...O o que tenho a menos...
No que posso ajudar, mas suspeito que nao possa!
Curioso...Fantasmas viajam, eles nos acompanham...ficam escondidos
Em nossos armarios em nossas malas
No momento que levanto da cama levanto tambem as cortinas pesadas.
Abro a janela, aponto para a rua e o mandei embora. Exorcismo amador...
Suspeito que ele nao foi! Que nao tenha me obedecido.
Nao quiz se molhar, nao quiz escorrer pelos tijolos,nem pelas telhas acinzentadas.
Nem descongelou as gotas que estao ainda respingadas na minha vidraca.
Ficou escondido invisivel a espreita, pelos cantos observando o momento certo, a hora propria para mais uma visita sordida.
(madrugada de 18 maio 1:54pm,Hackney, London) Ultimo contato depois de quase tres anos de silencio e solidao.