A morte de Eduardo Campos

A morte de Eduardo Campos é uma tristeza para o Brasil porque, nestes tempos, perder um político promissor e com um histórico favorável, que tinha se destacado como um dos governadores mais bem avaliados do Brasil, diminui nossas alternativas em épocas de eleição. Particularmente, eu estava pensando em votar nele, em parte por causa de seu bom histórico e em parte por causa de sua aliança com Marina Silva, uma política que, embora radical, é ética e conseguiu achar seu espaço agindo com honestidade em um meio em que se tornou regra ser inescrupuloso e fazer jogo duplo.

Há muito tempo, o Brasil precisa de oportunidades, encontrar alguém em quem sinta que valha a pena votar, que mostre que a política não é feita apenas de víboras corruptas ou asnos incompetentes. Campos era neto de Miguel Arraes, figura política histórica, o que poderia alimentar os maledicentes que diriam que ele só tinha entrado na carreira política apoiado pelo avô, mas tinha provado que era competente, carismático e com brilho próprio. É verdade que não estamos precisando de políticos simpáticos e carismáticos, mas honestos e competentes (o que parece quase impossível na atualidade), mas ele, além de mostrar sua capacidade, era simpático, qualidade que não deixa de ser favorável a um candidato. E isso vinha nos alimentando com a esperança, injetando-nos frescor de novos tempos.

Assisti à sua última entrevista no Jornal Nacional e vi que era um homem inteligente e preparado e ponderei que ele, ao menos, tinha a experiência de governar um Estado, o que lhe dava uma vantagem sobre Dilma, que só se elegeu graças a Lula, nunca governara nem um minúsculo Município e tem se mostrado incompetente e sem o menor traquejo em questões internas e externas. A entrevista dele me fez ter certeza de que eu estava certa em pensar em votar nele, que tinha se provado um homem de bom-senso, competente e pronto para o desafio de governar um País.

Porém, essa esperança morreu na tarde do dia seguinte, ao receber a notícia da sua morte. O Brasil perdeu um bom político, que ainda tinha muitos anos pela frente e, se não iria vencer a corrida presidencial, teria, pelo menos a chance de mostrar seu potencial, dando aos eleitores a chance de ver que o Brasil pode ser melhor, diminuindo as chances de Dilma ser reeleita.

E não foi só o Brasil que perdeu um político promissor. Os filhos perderam um pai, a esposa perdeu o marido, a mãe perdeu o filho, amigos e correligionários perderam um amigo e aliado. Enfim, todos perderam.

Mas não devemos perder a vontade de lutar por um Brasil mais próspero, justo e menos corrupto.