BLOGUEIRO X VISITANTE DE BLOG: QUEM É O MAIS BOBO?

Pelo menos na vez que me moveu a escrever esse texto eu posso dizer que é o visitante. Um cara decide montar um blog para postar o que ele pensa. É, claro, ele espera receber visitantes, que não somente seus amigos e familiares. E aí, alguém faz uma pesquisa no Google e este site, por receber grana para isso ou por constatar que dentre o conteúdo do seu serviço de hospedagem de blog há conteúdo que contém as palavras digitadas na caixa de busca, apresenta uma lista de resultado na qual consta o endereço de um blog que faz menção ao que um usuário de internet procura. Bem ranqueado na lista, o endereço recebe o clique. Mesmo se sabendo que quanto mais no topo da lista, mais irresponsável, infantil, alienado e sem conteúdo útil e razoável é o blog. Além de o fato de ser um blog nos últimos tempos passou a já ser motivo para descartar a visita.

O visitante, por sua vez, consulta o material pesquisado. Percebe que não é exatamente o conteúdo que ele procurava, mas dá alguns minutinhos de atenção antes de voltar para o radar de busca e ver os outros endereços listados. Nisso ele descobre que o blogueiro da vez deixou seu e-mail para que os visitantes que quiserem entrar em contato com ele façam contato. O visitante em questão o anota, acessa seu e-mail, constrói uma mensagem educada e solicitando uma opinião do blogueiro e a envia. Ao fazer isso ele deixa o seu ponto de vista, que não é cem por cento condescendente com o encontrado no blog visitado.

Em resposta ao e-mail enviado volta uma chuva de insultos do destinatário. Um texto todo escrito em maiúsculo e para lá de mau educado. O estúpido não é perito em comunicação, pois escreveu um texto sujo enorme, que ele, certamente, esperava que o leitor da sua resposta o lesse por completo. Porém, já de cara ele solta em seu texto um grande insulto a quem o fosse ler. E este condenou a leitura logo nas primeiras linhas. Respondeu, é claro, com a mesma grosseria e em poucas linhas para garantir ser lido. Deixou o retorno dos palavrões e ofensas para a última linha. E tão logo executou essa ação ele marcou como span o endereço do inconveniente. Não mais terá que se arrepender do erro que cometeu de querer tão somente fazer uma troca de ponto de vista visando uma síntese. Síntese, eu sei que você leitor de sites e não de blogs sabe o que é, é o resultado do confronto entre tese e antítese. Ideias opostas ou complementares que tendem a apresentar uma nova.

O tema do confronto infeliz que aqui narro é a aversão às formas de governo que domina o mundo. Aqui no Brasil experimentamos o capitalismo desde sempre e nos últimos anos temos experimentado uma espécie de adaptação ao socialismo ou, talvez, uma transição. Ninguém sabe o que isso pode representar. Eu sei que, falo por mim, o capitalismo que vivemos há tanto tempo não serve mais para o país. Nunca serviu. Atende a poucos e a tendência é atender cada vez a menos gente. Cada vez mais temos famintos, desempregados, bandidagem, banalização mental e sexual, desordem, violência. Sem contar que os poucos que esse capitalismo fétido atendem são escravizados pelas grandes potências mundiais. Temos que jogar o jogo delas e viver conforme a arrogância de cada uma delas nos permitir viver para não irmos para o lixo. Temos que lamber botas. Virar zumbis. Quem quiser se manter na ilusão e dizer que não que fique á vontade para fazê-lo, mas a verdade, embora doa, é essa.

Eu acredito que o que falta para o Brasil é soberania. Nós não somos donos do nosso próprio território, do próprio solo, nem da nossa própria economia, nem da opinião, nem da mente e nem dos nossos próprios desejos. Cada vez mais somos levados a não ser donos do nosso próprio corpo ou do nosso próprio quintal. Quando o Governo diz o que você pode ou não fazer em seu próprio quintal, estamos vendo ruir a propriedade privada. Se o conceito de propriedade privada cai por terra, estamos a um passo do socialismo. É ilusão ou não é pensar que nos mantemos no capitalismo porque achamos que somos livres, mas na prática já vivemos um socialismo, do pior tipo, há bastante tempo?

Se o Brasil conquistar soberania total (ser dono dos serviços e da produção que dispõe para o povo, ditar as regras comerciais internas, ditar as regras para a saúde, para a educação e etc., distribuir o emprego e dar oportunidades para as pessoas constituírem patrimônio), então, não importa qual o regime que vamos adotar. Se socialismo, se capitalismo; Se democracia ou se ditadura militar. Se república, parlamentarismo ou se monarquia. Desde que tenhamos soberania e o povo possa desfrutar igualmente dessa prosperidade, sem castas e sem elite, como se dá o governo pouco importa.

Eu não vejo nenhum partido discursar a favor de soberania. A esquerda, sem dúvida, faz mais pelo povo do que os que se dizem civis de direita já fizeram. Porém, essa esquerda tem tido atitudes que sugerem o entreguismo até pior do que o entreguismo do PSDB ou o dos militares. Logo, perdemos soberania com isso. Guardo, é claro, a natureza que a mídia deste país tem de fazer chegar ao público notícias mentirosas que levam a população a criar opiniões que denigrem este ou aquele grupo. E vemos a esquerda sofrer bastante com isso.

Também não descarto a hipótese de esse ou aquele fato ser verdadeiro. Temos que ser cautelosos, pois dos dois lados mexemos com terroristas. Tanto da esquerda, quanto da direita. Tanto da situação, quanto da oposição. É por essa razão que eu acho que as pessoas deviam procurar discutir as divergências para chegar a uma fórmula que garanta ao Brasil o que ele e os países latino-americanos de Terceiro Mundo precisam: soberania. Parar de respeitar as regras e ameaças da América do Norte e da Europa. Que se dane a Rússia, a China, o Japão ou os árabes.

Temos que ser independentes e não essa eterna colônia que vira e mexe muda a metrópole. Precisamos eleger quem nos deixe governar com ele para chegarmos a esse pleito. Mas para isso precisamos melhorar nossa mente ideologicamente e também nossos instintos humanos. Melhorar nossa educação e minar nosso comportamento. Agir como o sujeito que respondeu ao e-mail mencionado no texto não é atitude que nos leve a essa libertação e evolução como nação e como povo.