NOSSO REFERENCIAL

A cultura é ao mesmo "lâmpada e "guia", sem a qual o ser humana viveria em intensa escuridão e completamente desorientado no tempo e no espaço. Toda expressão cultural se presta a esse serviço de instruir e nos fornecer a necessária sensação de pertencimento. Essas expressões são em si mesmas essencialmente benéficas por constituir o mecanismo necessário para nos situar como membro de uma determinada sociedade. Isso não significa entrarmos em um relativismo exacerbado que nos permita sem maiores consequências nos descuidarmos do papel ético de quaisquer que sejam essas expressões. Um exemplo deste desvirtuamento é o fanatismo religioso que tem o enorme poder de destruir relações de amizade, desfazer casamentos e encarcerar o sujeito numa redoma de confusa percepção da realidade. É neste exato momento que temos condições de identificar a expressão cultural religiosa desfigurada. Da mesma forma é com qualquer outra manifestação cultural que se torna nociva a partir do momento que desconsidera seu referencial. E o referencial, independente se o que é produzido é tido como transcendental ou não, será sempre onde estamos com os pés fincados. Este é o único momento em que na minha modesta opinião, crer em Deus se torna destrutivo - o momento em que o nome de Deus é usado para justificar um entorpecimento total dos sentidos. Uma expressão culturalmente correta sempre fará uma ponte entre o que se expressa e o tempo e espaço em que isso é feito.

__Fabio Junio Almeida Prates___