Castração humanitária

Cá pensando com meus botões sobre o que mais uma vez acabei de assistir na TV do caso da torcedora “racista” que chamou o jogador de macaco e começo a visualizar as coisas sob outros ângulos.

Fico fazendo varias indagações mentais sobre o mundo e a sociedade atual. Hoje em dia somos escravos do sistema, reféns de regras sociais que a cada dia ganham mais e mais “inovações” a fim de podar e castrar a vivência humana.

Pode ser sim que a tal torcedora que xingou o jogador de macaco seja uma racista convicta, como também pode ser que o xingamento tenha saído espontaneamente, sem pensar nem premeditar.

Não estou querendo defender porque de fato não imagino o que se passou na cabeça dela no momento do ocorrido e porque ojerizo qualquer tipo de preconceito. Mas acontece qualquer um de nós em algum momento da vida em meio a algum fato competitivo já proferiu algum xingamento impensado. Também não sou a favor de sair por ai xingando a toa, distribuindo ofensas, mas alguns exageram no direito de se sentir ofendido e acabam dando valor demais a coisas muito pequenas.

Estamos vivendo numa época em que tudo é considerado ofensivo, onde qualquer coisa é bullyng, fobia e tudo mais que sirva para castrar a essência humana.

E se ela tivesse chamado ele de bambi, seria considerado homofobia, se tivesse xingado de mulherzinha seria considerado misoginia, se tivesse chamado de turco, paraguaio ou algo semelhante seria considerado xenofobia?

Hoje em dia tudo é motivo pra espetáculo televisivo, pra um lucrar nas costas do outro com um processo qualquer sem ao menos deixarem espaço pra alguma conversa ou esclarecimento, simplesmente crucificam e pronto.

Acho que o ser humano esta precisando de um pouco de reflexão, conhecer melhor a si mesmo é um bom começo para as pessoas serem mais bem resolvidas e assim não perder seu tempo precioso remoendo coisas e transformando momentos inúteis em grandes fatos.

Sou do tempo que quando criança recebia e dava vários apelidos a amigos e colegas de escolas e isso não era considerado bullyng, saíamos no “pau” na saída da escola ou na rua e isso não era considerado nada alem que uma briga de crianças e o que acontecia eram coisas como levar bronca da diretora da escola, dos pais e logo tudo era esquecido, era apenas mais um fato da vida. Do tempo também que o namorado ou companheiro ficar com outro alguém não cabia um processo por danos morais, simplesmente chorávamos, nos descabelávamos e depois éramos apenas mais um chifrudo na história.

No quesito saber viver ao invés de evoluirmos estamos retrocedendo cada vez mais e talvez chegue um dia que seja preciso tirar licença judicial para exercer o simples fato de ser gente.

Essa castração humanitária esta robotizando as pessoas e essa “modernidade retrógada” acaba transformando pessoas em maquinas e a vida numa obra de ficção.

E como dizia minha avó: Se tu sabe que não é, vai te importar porquê?

Deby Lua
Enviado por Deby Lua em 30/08/2014
Reeditado em 03/09/2014
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