O dia que apareceu satã na superfície e aconteceu o PIMBA DE ZÉ ABREU

O DIA QUE APARECEU SATÃ NA SUPERFÍCIE E ACONTECEU “PIMBA DE ZÉ ABREU”

As vezes tudo me acontece e nem mesmo eu acredito, ando pouco, conheço pouca gente, não frequento o suficiente mas tudo me aparece.

O fato de hoje é que na minha atitude de me suicidar homeopaticamente tive que ir ao botequim comprar cigarros. Num dos metros quadrados mais caros deste país, o Leblon, em plena Avenida Ataúlfo de Paiva tem dois botequins, pé sujo mesmo, bem em frente a praça Antero de Quental,

Eu não bebo, ou melhor, raramente uma latinha de cerveja , e nunca num botequim mas, como disse antes, frequento diariamente para comprar cigarros e as vezes, confesso, ataco uma coxinha que acabou de sair, muito embora o gosto seja de anteontem, vocês sabem como é...

E é impossível não conhecer os bebuns do pedaço, tão sempre lá, são dois “escritórios” de muita responsa.

Engraçado, mesmo eu não indo sempre no mesmo horário, eu encontros essas peças sempre no estado alcoólico além de qualquer limite. Será que eles já chegam”batizados” no balcão? Não sei...

Qualquer dia vou amanhecer lá só pra ver os caras chegarem pra tomar a primeira, e, tem outra coisa, são dois botecos quase iguais e distanciados uns dez metros um do outro, cada um tem duas televisões tipo led, de quarenta ou quarenta e duas polegadas que invariavelmente estão ligadas em programações diferentes, uma geralmente é futebol e a outra outro esporte qualquer, e a barulheira é embaralhada, fora o metrô que está sendo construído na praça em frente, uma zorra com um tapume alto pra cacete a exatos um metro e meio dos botequins, gente indo e vindo, parece uma multidão mas é pouca gente mesmo, parece muita gente, mas devido a mínima largura da calçada a idéia é de superlotação, e isso quando não vem mulher com carrinho de criança ou outro com bicicleta, dá um engarrafamento de gente, fora os dias ou noites que tem jogo importante... Fica uma zona... tem sempre assunto, uma festa...

Lógico que é impossível não deixar de interagir com os frequentadores quase donos, as vezes zoação de futebol, esquenta quando o papo é política, os papos e os comentários rolam e vez por outra fico um pouco observando sempre que a pressão não me empurra para minhas obrigações.

Esqueci de dizer que naquela calçada estreita passa uma metragem cúbica considerável de mulher gostosa, as academias são muitas por ali.

Hoje a coisa tava animada e ansiosa porque uma delas que sempre passava e é sempre notada ainda não havia passado, a expectativa era geral.

O Paraíba perguntou: Porra, cadê essa mulher negão?

Negão é o caralho!

Olha aí Manel, ele não gosta de ser negão não! Cadê essa mulher, Afro descendente?

Gargalhada geral....

Não fode Paraíba, tu não dava conta, aliais eu acho que tu nunca deu conta é de porra nenhuma nessa vida, e tem mais...

Fica quieto porra, lá vem ela....

E ao invés de passar como sempre, entra e pede uma garrafa de água mineral.

Silêncio profundo...

Só dava pra escutar as TV”s e os guindastes do metrô.

Ela sai, a bunda justa e apertada na malha colorida, meia treis quartos e tênis branco, malha justa combinando e apertando os peitos, por cima uma camiseta mais larga meio que decotada dando pra entrever e imaginar o tamanho do volume.

Passava as vezes com os bicos do peito já arrepiados..., Seria silicone? Seria natural?

É SATÃ NA SUPERFICIE! Grita o Paraíba lá do fundo do bar.

Ela paga e vai embora.

O negão manda: Que merda é essa Paraíba, de onde saiu isso?

Saiu porra nenhuma negão! Tu disse que eu não dava conta? Não dou conta é desse teu rabo preto isso sim, mas essa mulher É SATÃ NA SUPERFICIE! Eu pegava ela de qualquer jeito, em qualquer situação, podia ter tomado todas que ela ia ver só, não ia ter colher...

Não me contive, a coisa tava animada e eu boto pilha, daí pergunto:

Ela ia ver só o que, Paraíba, o que você ia fazer? Conta mais...

Olha só o cara! Olha só o cara! Negão, pra você e pro nosso amigo aqui, como é mesmo seu nome?

Gino... Pois é Dr. Lino, o Sr.... É doutor não é?

Não é Lino, é Gino, mas, vá lá, pode ser Lino, Doutor se preferir, mas você tá é embromando, ia fazer o que? Dava conta dessa mulher como? Conta aí...

Nessa altura todo mundo já aglomerava em meio metro quadrado pra ver o que o Paraíba ia dizer, curiosidade total, a coisa tava animada,

Primeiro que não ia ser na frente de vocês...

Manel! Bota mais uma cerveja, bota sem colarinho...

Voces iam assustar o pescado, tinha que ser lá em casa, cama macia, uisquinho com gelo antes...

Eu continuo: Sei.... Que mais, só isso?

O negão: É mesmo Paraíba, só isso?

Calma!!!! Primeiro eu amacio, depois um beijinho, não pode assustar, tem que ir devagarinho...

Outra gargalhada geral!!!!

Voces não são de nada, isso sim, mas vou ensinar...

Onde eu tava mesmo? Há, sim, o beijinho... A mão trabalhando nas coxas dela...

Porra! Cadê a cerveja, Manel?

Arriava aquela roupa na maciota, ela nem ia perceber, já taria louquinha, lambidinha no umbiguinho dela, calcinha já não tinha...

Só isso Paraíba? Que mais? Pergunta alguém que nem vi quem era... o bar já tava lotado, um calor filho da puta mas todo mundo ouvindo o Paraíba.

Qualé Paraíba, tu tá é embromando, que mais?

Qualé é o caralho, a vadia já tava ganha...

Então, o Paraíba fazendo um vai e vem com os quadris manda:

Aí era só “PIMBA DE ZÉ ABREU!” “PIMBA DE ZÉ ABREU!” “PIMBA DE ZÉ ABREU!

O bar veio abaixo, derrubaram garrafa de cerveja no chão, quebrou e esparramou vidro pra todo lado.

Porra Paraíba, muda a marca dessa tua birita, você ta é ficando maluco, embolou os miolos.

Manuel! Vê aí quanto to devendo... paguei e fui embora pensando e rindo sozinho na rua, Satã na superfície, Pimba de Zé Abreu... Ainda fiquei lembrando...

E as pessoas passantes me olhando porque eu ria sozinho na volta pra casa, coisa de gente tarja preta....

Foi assim que aconteceu e é tudo verdade verdadeira, mesmo sendo eu um grande mentiroso, eu juro que foi verdade.

Gino Bezzi dos Santos.

gino santos
Enviado por gino santos em 31/08/2014
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