Simplicidade - "Cismas de um caboclo"

Sentado sob uma tora de madeira, com seu nó, (como um olho partido ao meio), servindo bem como banco. Rumina o caboclo: Será que chove?

Varre com seus olhos semicerrados, o milharal de um lado e do outro,o mandiocal. No meio, espremida, uma estreita e longa estrada de fino pó vermelho, sim...ele acha ser vermelho.

Certeza, só de sua teimosia impregnada em suas surradas botinas.

Cisma o caboclo: Será que chove? Como pedir muito para um e pouco para outro? Milharal... Mandiocal...

__ "Só se o céu partisse no meio! Quá, Acho que o sol queimô meus miolo"! Falou o caboclo consigo mesmo.

De repente, se vê sorrindo, cigarro apagado no canto da boca. Ele, então, bate suas cinzas no canto da unha, busca a binga,risca; Brasa, fumaça, cinzas... Cismas.

O cigarro finalmente acaba, ele se levanta,os primeiros pingos caem. Ele entra, descansa o velho chapéu na porta de tramela.

__ Seja o que Deus quisé!

naluz
Enviado por naluz em 01/09/2014
Reeditado em 03/09/2014
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