Ontem foi um dia difícil.
 
O namoro acabou, me senti culpado, acreditei que o meu jeito mandão atrapalhou demais, imaginei o mundo repleto de cores pesadas, vi o horizonte sugerindo nevoeiros densos, as borboletas apresentando asas quebradas, lavei as cuecas usadas, provei um desgosto profundo, tem um cara chato buzinando no fundo.
 
Acordei, fui verificar se havia alguma ligação (talvez minha ex tentando uma reconciliação, mas não havia), depois li um e-mail de Elsimar, meu irmão mais velho.
Pronto! Renovei as forças, recuperei o ânimo e preparei o bingolim para novas aventuras.
 
Sobre o meu jeito mandão, talvez seja necessário explicar o quanto eu gosto de mandar, dar as cartas, comandar, impor o meu querer.
Nas relações que observo, a mulher sempre manda.
Ela diz o que é ou não é, a vontade dela prevalece, o maridão apenas pode concordar.
 
Comigo é diferente!
Eu dou a última palavra, a primeira, a segunda e nunca esqueço de dar a penúltima. A única vontade que prevalece é a minha.
Eu digo o que é ou não é e determino tudo o que vai ser.
Quando eu casar, minha mulher terá o direito de ficar cheirosa, calada, me oferecer uma saborosa feijoada e jamais recusar quando eu sugerir uma gostosa bingolada.
 
Respeito os homens que, para conservar a harmonia da relação, topam aceitar as exigências femininas.
Respeito, mas comigo essa postura passiva não cola.
Eu mando, desmando, comando, meu nome não é Nando.
É pegar ou largar!
Peço que elas decidam logo, pois a vizinha carente não merece esperar.
 
Vou realizar uma confissão.
Em abril a minha cama quebrou, até hoje estou dormindo no colchão.
Comecei a dormir no colchão, gostei, ainda não comprei a cama.
 
Será que a ex estranhou esse detalhe?
Acostumada a um quarto no estilo havaiano, composto por uma cama grande, um guarda-roupa repleto de vestidos azuis, verdes e vermelhos, rosas espalhadas enfeitando o ambiente, o que ela encontrou?
Ela encarou apenas um colchão no estilo bem baiano, não notou cama alguma, o meu guarda-roupa está lotado de DVDs (eu coleciono DVDs, falta espaço para guardar, uso o guarda-roupa), o quarto é agradável e perfumado, entretanto não tem rosas espalhadas. Tudo é muito simples, aconchegante, sem frescura.
Será que minha ex-princesita se assustou?
 
Confirmando que não existia ligação, recordei que, na terça, fiquei ao lado da namorada (hoje ex) durante nove horas seguidas e, na quarta, a convidei para bingolar (ela não topou).
Não faz sentido a indiferença e o desprezo atual.

Se eu fui tão atencioso, se eu sou tão gostoso, por que a ingratidão?
O que fazer agora? Como falar que não vou chorar o leite derramado?
Eu costumo ofertar uma frase bem delicada nessas situações:
Vá se catar!
 
* Elsimar, o irmão mais velho, foi muito objetivo e sábio.
Disse que aparecerão outras para fazer o meu bingolim feliz.
 
Ele está certíssimo.
Vou continuar apostando nas que possuem belas bundas.
Ou seria melhor buscar as que revelam seios fartos e montanhosos?
E os pés sensuais que tanto me enlouquecem? Como esquecê-los?
Casadas ardentes perigosas ou solteiras quentes dengosas?
 
Ah! Bobagem! Não preciso ficar inquieto.
O meu bingolim é democrático pra caramba.
 
Venha quem vier, estarei preparado.
 
Sem conversa repetida
Nem papo furado
Vamos nessa, querida!
Eu estou tarado
 
Sem parar um instante
Para fritura ou sorvete
Desejo namorar bastante,
Vem, fofura! Aproveite!
 
Um abração!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 12/09/2014
Reeditado em 12/09/2014
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