A Dama de Azul

Sabe aquela dama vestindo aquele traje social azul, aquela que está sentada no bar, então, ela possui belas curvas, cintura sensual, admiráveis pernas e seios fartos, o que eu mais queria era que meu desejo fosse apenas por seu corpo, mas vai além disso, meu desejo é por aquela boca vermelho sangue, aqueles olhos enormes e bem desenhados, a classe com que ela tira o maço de cigarros da bolsa, pega um cigarro e lentamente o coloca na boca, aperta o cigarro como eu queria que ela apertasse meus lábios, acende e dá o primeiro trago como se fosse um orgasmo, com delicadeza conduz a taça de vinho dançar até a boca e quando toma um gole, me esquenta por dentro, meu desejo é tê-la em meus braços, ter o suor dela pingando no meu corpo e aquelas unhas cravadas em meu peito. Ela não é perfeita, ela não é para se relacionar, apenas para deixar todos os homens acesos, ou pior, apaixonados, basta olhar para ela que criamos imagens em nossa mente, imagens de um casal selado por um relacionamento amoroso, ela transmite confiança e ternura, sem perder sua sensualidade, ela é o brilho da prata reluzido na luz, ela é o tudo e ao mesmo tempo o profundo vão. Muitos que fazem juras internas por ela, mal sabem o quanto ela dirige mal, não desconfiam que ela chora com comédia romântica, que é mãe solteira, que não é boa em cálculos, que trabalha em um restaurante na periferia como lavadora de pratos e que não tem o hábito da leitura, se tudo isso que digo são defeitos? Claro que não, mas sim mistérios, ninguém está apaixonado pela aparência dela, mas pela essência que ela transmite para o ambiente, ninguém quer levá-la para cama e no outro dia esquecer seu nome, mas querem se casar com ela e todos os dias acordar com as pernas dela entre as suas. Quem é ela? Eu não sei, aliás, eu não sei quem eu sou depois que a conheci.