Diálogo Da Alegria

Alegria, sentimento nobre que nos exalta para além de nossos anseios, energia que não pede clemência aos nossos corpos quando nos possui, vida que não se contém em mãos que se dizem provedoras do seu envolver, quando esvai, logo retorna de quaisquer lacunas, nossa lástima, nosso caso, nosso real pretender. Seja sonho, realidade, o que se quer, é o que nos é promovido, e que nos é de direito, o que a nós é sensato.

Na clemência, o acaso de nos encontrarmos alegres, repúdio à tristeza alheia, veneração aos gostos proibidos. Às ervas de uma promoção psicótica seja lançada a realeza de sermos o tudo de nosso universo pessoal, música que catalogada nas lacunas de nossa imensidão viram as leis sinfônicas de uma partitura contida num ideal pessoal intransferível, a alegria do encontro de nós com os mesmos que nos fazem, a nossa essência, a nossa alegria, o sorriso mental das premissas de nossa existência.

A grande verdade, ao menos em nível do sou e posso, é a criação de nossos momentos. Somos os magos de nossos mundos, somos o sentimento que surge, somos o sorriso espontâneo que cativa e que inveja, somos as luzes que iluminam a anunciação do grande festival que será dado, por nós, para nós e para todos, o estou aqui, sou aquele do talvez sou ele, sou aquele do seja você, participe de sua festa e venha até a nossa.

O que seria de nossas verdades sem a nossa própria mentira, a alegria que nos fortalece é independente, é a música que nos torna escravos quando nos entregamos de corpo e alma, é a comida que de tão saborosa nos abarrota pelo seu glamour e nos confunde pela sua real significação.

O que vem, o que vai, o que sempre será, quem saberá? Diferenças existem e a coletividade é a mais perfeita refeição, o degustar de um pouco de cada vontade castrada, de cada voz desconhecida, de cada alegria a ser substituída, de cada alegria a ser lembrada, de cada amor novo, de cada rosa que no exalar de um perfume penetrante, nos remeta à quão belo é o nosso entender pessoal.

Na jornada de pensamentos mórbidos, façamos a concretização das preces celestes, criemos a real pretensão, sejamos o Alfa e o Omega de momentos infinitos, sejamos a brincadeira que ultrapassa as fronteiras cronológicas de nossa maturidade, desejemos uns aos outros como a simbiose necessária a todos, um olho, várias visões, sonhos vividos na realidade.

Façamos da platéia os novos atores da peça da felicidade, queiramos a mão extendida, sintamos o cheiro de cada situação para que cada pessoa nos remeta uma energia personificada nas memórias que de nós nunca são tiradas.

Ó grandes ventos do norte que nos trazem as boas novas, ó lisergia que na exaustão nos remete ao prazer de nos enxergarmos como na pós-vida, de fora de nossa própria carcaça.

Beijos e abraços para os que acham que não se sentem presentes, que todos os corpos do mundo se entrelacem na promoção do amor entre o amante e sua amada numa ascendência plural, prazer de um toque, realidade que grita e que agora é ouvida, sentida, bem assimilada e veridicamente real.

Somos a alegria de pensarmos que não precisamos mais de tanta insatisfação, somos o acaso de nos encontrarmos em várias vidas através dos tempos, somos a desistência que nunca mais rondará em nossos mares, mesmo apesar de todas as dificuldades, somos o que nos é promovido, um xadrez que a estratégia assume o caráter da subsistência.

Se a alegria em algum dilúvio ocasional se mostrou distante, acorde, ela sempre esteve em seu devido lugar, o que não sabemos na real é o nome dado a nós e a eles: o sonho e a realidade, o sentimento e a verdade.

Creio no amor, creio no ódio, na vida e na morte. Ambos são sinônimos, nada mais são do que nós em nossos momentos, nós em nosso louco cotidiano de brilhantes espetáculos.

Sejamos ao menos inertes. A felicidade depende de nos sentirmos felizes por pequenas ou grandiosas coisas. Se ninguém nos ama, nos amemos por nossos próprios meios, se algum dia o passado alcançar o futuro de nós, deles ou daqueles, não o ignoremos, pode ser que a resposta impossível exista. Vamos viver neste mar de utopias fantásticas, fazendo valer o que achamos que acreditamos. Vamos velejar rumo aos rumores de uma civilização descoberta, vamos viver e cumprir o nosso real destino, incerto e ao mesmo tempo repleto de surpresas.

Flyinghard
Enviado por Flyinghard em 15/09/2014
Código do texto: T4962490
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