Chuva é vida

A cidade de Belo Horizonte, o estado de Minas Gerais e vários estados brasileiros passaram um grande período sem chuvas, neste ano de 2012.

Como consequência da falta de chuvas a umidade relativa do ar caiu drasticamente, atingindo níveis preocupantes. Várias lagoas secaram, alguns rios viraram riachos e riachos desapareceram, o pasto secou, o gado perdeu peso e outros morreram de fome, a produção agrícola diminui, a produção de energia ficou comprometida. A escassez de produtos hortigranjeiros foi generalizada e os preços subiram. O ar ficou carregado de partículas nocivas à saúde, a temperatura ultrapassou os 35ºC, em plena primavera etc.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o ideal é que a umidade relativa do ar esteja acima de 60%. Quando a umidade fica abaixo dos 30%, já se caracteriza estado de alerta.

Em Belo Horizonte, nos meses de agosto e setembro de 2012, a umidade relativa do ar chegou ao alarmante patamar de 13%, causando em algumas pessoas: dor de cabeça, nariz ressecado, sangramento nasal, olhos vermelhos e ressecados, problemas respiratórios e alergias, dentre outros. As crianças e os idosos, são os que mais sofrem com essa situação.

Era grande a preocupação das autoridades de saúde pública e entidades diversas, quanto ao longo período de estiagem em Belo Horizonte e em Minas Gerais e os hospitais ficaram repletos de pessoas com problemas respiratórios.

Em 22 de setembro de 2012, jornais estamparam na capa: “Após 117 dias de estiagem, a chuva volta cair forte na Região Metropolitana de Belo Horizonte...”.

E bastaram as primeiras chuvas para que algumas pessoas, começassem a reclamar dos desconfortos que esse fenômeno natural traz para a sua vida.

Nas mídias sociais, como por exemplo, no facebook, era só reclamação, principalmente dos mais jovens, que esperavam por um final de semana ensolarado, para curtição.

Porém, o que me deixa bastante perplexo é ouvir de repórteres e dos próprios meteorologistas, coisas do tipo: “Este fim de semana não será de tempo bom em várias partes do país.”, ou “O tempo está bastante feio em várias regiões”. A própria repórter pergunta: “Fulano de Tal, este fim de semana também será de tempo ruim ou o sol volta a brilhar?”. E o doutor Fulano de Tal responde: “Não Fulana, este fim de semana será de tempo ruim. Essa massa de ar vai continuar estacionária, causando chuvas sobre Belo Horizonte, região metropolitana e em várias cidades do estado de Minas Gerais, principalmente no sul do estado”.

Se as chuvas trazem alguns desconfortos, transtornos e até mortes, é porque ainda não amadurecemos o suficiente para sabermos que temos que respeitar as manifestações da natureza, assumindo a nossa pequenez diante do Universo.

Antes mesmo de nascermos já existiam as chuvas e é graças a ela que viemos à luz, ou seja: chuva é vida.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 15/09/2014
Reeditado em 30/09/2014
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