Sonhos, Delírios ou Verdades

Grandes veredas se abrem rumo ao descanso eterno. Os passos agora caminham junto ao enaltecer das virtudes consumadas. Um dia o sonho, no outro o delírio que se mantém inalterado, olhos que enxergam além do gosto, da verdade, da intuição de uma sabedoria que às vezes se magnifica na emoção, e em outros momentos deixam de enxergar as reais situações da vida.

Como seriam fantásticas as histórias narradas com nuances de aventuras eternas, sonhos que de tanta sintonia cultivam o esplendor de uma mútua necessidade de se ter personagens incríveis quanto às características peculiares de cada um; de um lado a figura da sanidade real, a paixão, e de outro a ilusão, a insistência.

Porém quem vive num mundo cheio de espinhos e amarguras tem a chance de se vangloriar pelas tentativas. O show se lança e a peça é a resposta que queremos ouvir; os amigos que condecoram nossas vidas, o sentido que buscamos na aposta de nos encontrarmos com alguém a quem promovemos como a pessoa ideal, a luz que mesmo não a querendo enxergar, avistamos mesmo de olhos bem fechados.

Na jornada que assumimos com nossos ideais, a nossa virtude é clara quanto às nossas vontades. Por mais sinceros que sejam os corações da modernidade, o jogo chamado vida é relevante quando nos sentimos invadidos e a agonia nasce, fazendo a solidão uma parceira fantástica, mas não em relação às pessoas, nossos amados e nossos amantes, mas como uma característica marcante, nossa individualidade, nossa certeza exacerbada, nossa condecoração do “sei o que sou, ao que vim e para onde vou”.

O afago de uma realização se interrompe quando subido os patamares da escada lisérgica de nossa percepção, e num último suspiro de cansaço, olhamos para trás e nos damos outra chance, outra olhada no passado, nas pessoas, na metamorfose em que nos encontramos, para que o sonho, este se eternize na realidade marcada, que mesmo portando a borracha da superação, nunca é apagada de nossa bula vital; os nossos desejos mais secretos.

Na agenda diária de nossos sonhos, o caminho, por mais indistinto que seja, realça a nossa força, a nossa preocupação, o nosso anseio. Como seria fantástico remendar os erros que porventura possuíram os nossos momentos ruins, como seria delicioso provar o néctar da desculpa quando esta se apresenta bastante próxima, como é incrível saber que tudo que nos rodeia está intimamente ligado, seja por laços de ternura, seja por olhares sem mentes conhecidas, seja por atos, seja pelo prazer de um diálogo. O realçar do sonho apenas se contempla na vontade saciada: se quer criar, se quer viver, se quer amar e das respostas condecorar o nosso ego como a chave para a nossa felicidade.

As palavras ecoam longe, quem nunca viu o despertar da iniqüidade humana, quem nunca viu o menestrel, uma figura carismática e feliz, às vezes triste e rancorosa, quem nunca viu a morte em vida, quem nunca viu o louco sempre procurando respostas para as suas perguntas, seu anseios e seus amores.

O sonho, não seria apenas uma decisão, seria uma discussão. A eleição de algo, a realização de um afeto, a verdade que pela perda se torna castradora e original, o amor que de tão forte se torna uma perseguição para quem não o entende.

As palavras são lindas, as respostas um sentimento alucinante e indescritível, os gestos um compromisso com a sensualidade, a beleza a promessa de uma luz que nunca se consumirá, o hoje a vontade, o ontem a realização, o amanhã só os deuses sabem; são sonhos, delírios ou verdades que ainda serão vividas.

Flyinghard
Enviado por Flyinghard em 17/09/2014
Código do texto: T4965037
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