Trilha de Ilusões

Felicidade enfim, a razão retorna ao ponto de partida vangloriando as reais pretensões de uma vida, consumindo feitos de um futuro próximo, realçando as tintas de uma vida que não cessa enquanto uma locomotiva de prazer. No erotismo do pensar, sacia-se a destreza de uma interação que grita por emancipação, força de potência, mar de vontades que ora se agita em prol de novos amores, e ora se acalma em função do que se passou, luz, paz e concretização.

Quem somos sem a evolução de um mundo carente de princípios? O que seriam as vestes sem o conteúdo do glamour de um corpo sedento? Quais são as festas que estamos aptos a participar? Se quer prazer, se quer carinho, se quer ter vontade... Então que se lance a jornada em direção ao total, chega de uma corrida onde os derrotados em outro mundo são vitoriosos. Razão, percepção de um mundo onde a coletividade é fazer parte de um universo pessoal adornado de valores sentimentais.

Seguem-se as trilhas de uma batalha cósmica, ouve-se e nota-se as mudanças de virtudes até então imutáveis. Ótimo, a carne se emancipa num tratamento estético que transforma o duvidoso no correto, a alma cala-se, mas se mantém intacta.

A vida seria então o jogo que os objetivos são camuflados pelas certezas que assumimos pela garantia de uma evolução... O seu mundo, o meu mundo, o amor que distrai, que não existe, que realça a energia de um mero momento... Aquela força, esta força, a concretização de uma moral que não despreza a razão, o que torna o imoral, a verdade absoluta... Que a jornada seja o tudo, seja esta força, seja a sedução de poucos valores que ainda temos, nossa própria luz, nossa verdade que nunca se calará por poucas situações de conforto.

No balaio de nós mesmos, perdão, sexo, garantias e derrotas, estão as razões para prosseguir na direção certa, na proposta de uma vida, na não dependência de um ombro amigo, tudo são fases, tudo são momentos, tudo são “verdades mentirosas”, sorrisos pavorosos e diálogos impertinentes... Será mesmo? Sementes que adubam a humanidade, o prazer que se esvai, o amor que acaba, a vida morrendo por seus próprios punhos. É a vida, bonita, um karma a cada batalha, a cada encontro, a cada novo olhar...

Para tocar um corpo, para que um olhar de gula que sacia apenas a consumação de si mesmo? Dançar, ouvir as canções prediletas de um sonho... Mais que pessimismo mórbido. A vida é luz, é prática, limpa-se a bunda com o papel higiênico chamado sociedade, porém lá embaixo fica tudo perfumado, entrou na vida sujo e saiu limpo... Quanta vantagem, quanto glamour. É só a vida...Linda, perfeita, nos seduz por pouco e nos despreza por muito. Porém, se acostuma. A realidade é até prazerosa... Mulheres, homens, pais e filhos se interagindo de uma forma bíblica, família, alma coletiva.

Para que tanta ironia? Vamos caminhar em direção ao novo, à nova proposta, à nova realização, somos o que somos, quem diz o contrário. Sejamos amor, sejamos o sorriso espontâneo, sejamos a carência morta, sejamos a aspiração realizada, sem vítimas, sem culpados... Sejamos os deuses de um mundo pessoal, sejamos os magos do prazer, sejamos o menestrel que encanta as vilas de um tempo remoto, antes a lebre que a tartaruga de fábulas grotescas, antes o leão ao veadinho, antes a vida à morte. Se o entorpecente da vida é o amor, sejamos o entorpecente do amor, a realidade.

Flyinghard
Enviado por Flyinghard em 19/09/2014
Código do texto: T4967973
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