Fetiche Social

Quais seriam as reais intenções de uma vida, seus preceitos, indagações e vontades. No sepulcro de um cotidiano cada vez mais “sincero” quanto aos valores, o que se pergunta é qual seria o ornamento que torna belo o terrível e, o simples cotidiano do “pensar”, na mais intensa proposta inaceitável. Cadê a vontade das rodas de amigos inesperados? Onde foi parar a vergonha de um encontro? Quais são as vestes de mentes que se embriagam no não entendimento de um mundo perfeito?

Quem saberia as respostas de perguntas caladas, imaculadas na sua formulação, cativas por seus geradores...Hoje o tudo é a semelhança...Sem unidade, sem grandeza. Quem era não é mais, quem sonha acorda, quem amou, que guarde nas lembranças recordações de um arco-íris que embelezou os céus de um dia fortuito.

Hoje o tudo é a emancipação de valores podres, quanto mais social mais convencional, o arriscar coerentemente, o viver na sabedoria de um alvo centrado pela flecha da virtude, o “real” peso, a “real” noção, o total de nós por eles.

Ontem se viu o amor, se viu o amanhã que nascia através da montanha diária de nossa existência, se viu o desespero de uma face ao se defrontar com outra...Sem resolução se “resolve” os problemas da atualidade social.

Queria se viver no mundo social, talvez “real”, talvez “virtual”, mas pra quê? Para se desencontrar de valores normais, assumir normas voluntárias para camuflar a real pretensão, pintar telas no lugar de pichar mensagens de uma manifestação sincera...

...Viver no casulo social é realmente fantástico... Dentro de nosso cotidiano irradiamos pelo mundo as pretensões de nossas virtudes, cala-se o amor, vive-se o ardor de um rompimento, conhece-se o novo, ignora-se o velho, olha-se para frente, o ontem será que acabou? Escolhas e vontades. Promessas e debates que nunca se vão com o adentrar de um novo dia, de uma nova esperança, de um novo encontro, de um novo amor, de uma promiscuidade social lenta e cativante.

Ó grande senhor da sabedoria, onde estão os leigos de uma vida de sucesso? Em quase tudo o que se vê? Qual é nossa pretensão na jornada e na re-jornada? Amar a vida, amar o trabalho, ou amar a nossa suposta serenidade...

...Pensamos ir, mas estamos voltando. Assume-se o pedaço de carne que só tem valor quando é adornado por valores irreais. Pensamos ser e não somos. Pensamos não ser e somos. Cada qual num lugar repleto de anseios, frustrações e desejos calados...

...Verdade e mentira, assim como o ciclo social de uma coletividade “recíproca”. Antônimo de tudo, sinônimo de insegurança, metáfora de uma existência; apenas o real camuflado no irreal, o humano escondido no social, o pensar jogado no vazio de um corpo ilusório: nossa mente, nossa vida, nossa luta por algo que pensamos nos consolar...

...O fetiche social.

Flyinghard
Enviado por Flyinghard em 19/09/2014
Código do texto: T4967975
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