NÃO!

Não! Não admito que alguém decida por onde devo começar minha história. Não há menininha no início. No início há o caos. A necessidade. Necessidade de quê? - me perguntas. E eu te digo: de tudo vestidos comidas bebidas festas olhares não possuo nada disso só vejo nas vitrines os biquínis que se usarão num calor qualquer de algum lugar próximo ou longínquo a mim tanto faz jamais fui à praia jamais frequentei clubes e piscinas de que me servem os biquínis e roupas de banho e de que me servem os sapatos vermelhos de todas as garotas e muito menos do que me servem os batons... Já morri. Há muito tempo. E você sabe disso nem sei por que ainda fala comigo e me pede coisas esqueça que um dia me viu, naquela margem naquele rio até porque poderia ser qualquer margem inclusive porque sempre vivi à margem de tudo e de todos menos de você para minha tristeza amargura ou alegria eterna.

_ Nunca te esqueci.

_ Então volta pra mim.

_ É o que estou tentando fazer...

_ Obrigada pela vida que acabou de me devolver.

_ Celebremos?

_ Só se for todos os dias.

_ Tim, tim.

_ Salut.

Adriana Luz.